quarta-feira, março 17, 2010

Lei da rolha ou laranja podre?

Alguns comentadores, mais distraídos, espantaram-se pela aprovação em congresso da norma estatutária que determina, a quem tiver posições públicas contra "as directrizes" do partido nos dois meses anteriores a eleições, arrisca uma infracção grave, o que, estatutariamente, pode significar a suspensão da militância por dois anos ou, no limite, a expulsão. 
Isto foi o que Santana «levou» ao congresso e que foi aprovado. E, o resultado não oferece dúvidas, votaram a favor da norma 352 delegados(!!!), 102 abstenções e só 76 votaram contra.
Mas se a votação não espanta a quem reconhece no PSD um partido sem rumo, sem ideário político, sem referências históricas. Já espanta, e de que maneira a farsa discursiva dos «concorrentes» à guilhotina da liderança do PSD que, mesmo ali, na hora, à saída do congresso negavam tudo o que tinham aprovado, quando lá dentro, por medo, hipocrisia se calaram. Diziam e juravam que na primeira oportunidade iam rasgar tal norma.
Espanto.
Mas, afinal que estiveram ali a fazer naquela votação?
Fazer de conta?
Esta laranja é mesmo podre.
É este o partido que quer governar o País?
Que se nega a si próprio, que nega o que diz e faz?
Que confiança podem merecer tais marionetes e cata-ventos?
Santana Lopes levou consigo um tal PPD/PSD, na linguagem flopista, ao psiquiatra.
Só que o divã transformou-se em cama. E, vai daí com um pinguita a mais, dormiu-se a bem dormir.
Há nisto tudo, um cheiro pestilento, nauseabundo a uma certa asfixia democrática.
Ou será que os seis meses de suspensão da democracia no país se resumem a 60 dias no PSD?

Pedimos desculpa, mas a democracia vai seguir dentro em breve.
Quando? Logo se saberá?
Lei da rolha? Só se for do garrafão do vinho.
Coragem portugueses só vos falta acreditar nesta já gasta trapaceira nacional.