domingo, maio 16, 2010



«Vende-se, na zona Central da Guarda, prédio de prestígio, cave, r/chão e 1º andar

Era assim que se anunciava a venda de um prédio, carregado de história para o concelho da Guarda.
Trata-se do imponente edifício, sede do Montepio Egitaniense, na rua Vasco da Gama, junto ao Centro de Diagnóstico Pneumológico (CDP) da Guarda.
O Montepio Geral colocou à venda o imóvel daquela secular instituição bancária egitaniense, que se encontra abandonado há algum tempo.
Rezam as crónicas que em 1866, Sande e Castro e outros homens de bem, dedicados aos problemas sociais, elaboraram e aprovaram os estatutos de uma obra que viria a encher de orgulho muitos guardenses. A par dos muitos benefícios concedidos aos sócios, através de apoio médico ou enfermagem, pagamento de radiografias, desconto nos medicamentos, ou outros, criaram como fonte de receitas a Caixa Económica. Ali fazia-se empréstimo de dinheiro a juros ou através de penhora de bens, móveis e imóveis. Ao longo de muitas décadas foram milhares de pessoas e famílias que receberam apoio do Montepio Egitaniense.
ro de 1904, a Caixa Económica da Guarda foi criada para suportar o espírito de entreajuda que prevaleceu à constituição do Montepio Egitaniense, seu antecessor, mas nunca conseguiu adaptar-se ao feroz mercado bancário moderno. A sede foi construída a partir da aprovação, em 1932, do projecto executado pelo engenheiro Bernardo Ernesto Moniz da Maia.
Numa Assembleia Geral dos sócios do Montepio Egitaniense, ditou a sentença da sua morte. A integração da instituição de crédito mútuo da Guarda no Montepio Geral – Associação Mutualista foi oficialmente formalizada a 1 de Março de 2000.
Hoje, lê-se no alvará de construção que destino trágico daquele imponente edifício vai ser uma instituição bancário e escritórios.
Vendeu-se mais uma parte do NOSSO património arquitectónico. O edifício foi desventrado. Ficam, se ficarem as paredes exteriores.
Que triste sina esta, de nem as pedras representarem nada para esta gula economista.
Não sabem que há muita história para além da economia.
Que fazer?
Vende-se, não!!!
VENDIDO.