Já aqui tinhamos falado do caso do senhor deputado Ricardo Rodrigues.
Só que agora e, perante tamanha afronta à liberdade de informação e de prestar contas o senhor deputado toma as atitudes que o vídeo mostra.
Felizmente há vídeo.
Assim não podem esconder-se e negar o que outros dizem.
Que diz sobre tudo isto o papagaio cá do burgo?
Ricardo Rodrigues que já tinha dito que não estava a gostar das perguntas feitas durante a entrevista, de repente, levantou-se da cadeira e saiu apressado. Antes, pegou discretamente os gravadores dos jornalistas da SÁBADO e meteu-os nos bolsos das calças.
Já no exterior do Parlamento, encontrou os jornalistas, que o confrontaram com a situação, mas mesmo assim recusou devolvê-los.
A SÁBADO apresentou queixa no DIAP de Lisboa, por furto e atentado contra a liberdade de imprensa e de informação.
O deputado açoriano, um dos principais porta-vozes do PS para a área da Justiça(??), membro da comissão de inquérito ao caso TVI, vice-presidente da bancada do PS não quis responder a questões sobre a sua ligação, como advogado, sócio e procurador, com Débora Raposo, condenada em 2008 por burla e falsificação de documentos, num caso que defraudou em vários milhões de euros a CGD de Vila Franca do Campo, nos Açores. E em que ele próprio chegou a ser arguido, mas não acusado.
No entanto, o juiz de primeira instância de Ponta Delgada, num processo em que Ricardo Rodrigues processou um jornalista, considerou questionável a sua ingenuidade: “Tem de admitir-se, à luz das regras da experiência comum e do normal acontecer das coisas, que um quadro daqueles era de molde a, ao menos, gerar suspeita numa pessoa medianamente diligente e prudente. Se o assistente (Ricardo Rodrigues), na sua condição de advogado, não representou sequer uma tal hipótese, então deve dizer-se que isso não impede os outros de duvidarem de um tal desconhecimento e até mesmo, supondo-o verdadeiro, o censurarem, sobretudo em quem depois se alcandorou a cargos políticos respeitáveis e de responsabilidade.”
Ricardo Rodrigues recusou ainda abordar, e levantou-se nessa altura, o tema da sua demissão, em 2003, do Governo Regional dos Açores, em que era secretário regional, na sequência de boatos, com repercussão pública, que o ligavam a um escândalo de pedofilia no arquipélago.
A motivação da saída também foi pública.
A questão, que já não foi possível colocar, não era sobre os boatos, mas sobre as consequências que os políticos devem – ou não – tomar face a esse tipo de situação.
Ainda corre um processo colocado por Ricardo Rodrigues contra o Expresso e a SIC, sobre esta questão.
Ricardo Rodrigues, tal como o seu colega Sócrates, veio logo vitimizar-se, armando-se em vítima de "violência psicológica insuportável", ou seja, em virgem ofendida.
Em conferência de imprensa no Parlamento, Ricardo Rodrigues justificou o acto com a “violência psicológica insuportável” que, segundo o deputado, estaria a ser exercida sobre si pelos jornalistas.
Coitado do inocente.
Mas que calimero arrependido.
Ricardo Rodrigues acrescentou ainda que foi alvo de “perguntas inquisitórias e assentes em premissas falsas”.
Incomodado com as perguntas, o vice-presidente da bancada socialista diz ter furtado os aparelhos de gravação, num "acto irreflectivo", como alternativa para preservar o seu bom nome.
Furto é crime sabia senhor advogado. Arranje lá os sinónimos que quiser.
Acto irreflectido??? Virgem arrependida??? Não lhe fica bem, convenhamos a quem se arvora em defensor da liberdade, do pudor e da justiça.
Mas que justiça seu socialista da rua do encontro.
Preserve o «seu bom nome» como bem entender, não aborreça, nem o senhor nem os papagaios, quem está a anos luz das vossas conveniências.