Hoje lembrei-me de mais um texto do Alexandre O'Neil.
Cada vez mais actual.
Os Convencidos da vida são uma praga.
Quem nunca se cruza com eles?
Hoje, como ontem e amanhã.
«Todos os dias os encontro.
Evito-os.
Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles.
Já não me confrangem.
Contam-me vitórias.
Querem vencer, querem, convencidos, convencer.
Vençam lá, à vontade.
Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito.
No livro, no jornal.
Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos?
Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios.
Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista. »