Neste jardim à beira-mar plantado hoje vingam os aldrabões e os caloteiros.
É assim ao nível geral.
Poucas e raríssimas excepções ainda nos salvam não da fé, já ninguém acredita em milagres nem muito menos na Igreja, mas do acreditar que o País já não recupera pela educação, nem pela instrução mas apenas pelo farpear destes intrujões que tomaram de assalto o poder, qualquer que ele seja.
Vem tudo a propósito de mais uma triste realidade.
Pedem-se esforços sobre-humanos aos portugueses para pagarem as roubalheiras que outros, os poderosos, cometeram e continua-se a verificar que as medidas de excepção, de congelamento, de aperto de cinto são só para alguns.
O endividamento continua a ser possível para os gatunos e ladrões de sempre.
Veja-se o caso dos pagamentos a fornecedores de algumas câmaras do distrito da Guarda.
ASSUSTADOR!!!
Quem é a pequena e a nano empresa, sim porque por cá, neste interior esquecido, empresas de grande dimensão só as públicas, câmaras, escolas e hospitais, mas essas estão «cobertas» pelos gestores e directores nomeados, agraciados pelo emblema do partido.
Por exemplo, as Câmaras de Fornos de Algodres e Celorico da Beira eram, no final do ano passado, dos municípios que mais demoravam a pagar aos fornecedores, ocupando os quinto e sexto lugares do “ranking” nacional, respectivamente.
A câmara de Fornos de Algodres o prazo médio de pagamento fixou-se nos 514 dias, ou seja, em mais de um ano e cinco meses. Em igual período de 2008, o atraso rondava os 219, o que significa que o prazo mais do que duplicou em apenas um ano.
Em Celorico da Beira – uma das 95 contempladas com o Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado (PREDE), ou seja um adiantamento pago pelos contribuintes aos esbanjadores – os números apontam para 471 dias, sendo que, em 2008, esta autarquia precisava de 273 para saldar os seus compromissos.
De resto, saliente-se que o incumprimento no pagamento registou um aumento generalizado a nível nacional. O prazo médio está agora nos 108 dias, o que representa um agravamento na ordem dos 40 por cento.
A câmara da Covilhã, a tal que se faz rica ao «receber» a selecção de futebol, está na 50ª posição.
Também nesta autarquia houve um grande aumento relativamente a 2008: passou de 92 para 224 dias.
Tal como Fornos e Celorico, a câmara da Covilhã está na lista dos municípios apoiados, mas, neste caso, pelo Programa Pagar a Tempo e Horas (PPTH), aprovado pelo Governo em 2008.
Mesmo assim aumentou o prazo de pagamento a fornecedores.
Belo prémio!!!
A nível nacional, houve 34 autarquias a entrar neste programa e só quatro foram capazes de baixar os prazos de pagamento.
Mas, se a nível das câmaras é a rebaldaria que se conhece, o poder central não está melhor.
O Estado atrasou-se, este ano, mais 12 dias a pagar aos fornecedores, demorando uma média de quase cinco meses a liquidar as suas contas.
Recorde-se que foi aprovada, no final de Abril, uma lei que obriga o Estado a pagar juros de mora, a partir de Setembro, se atrasar o pagamento aos fornecedores.
Para não pagar juros, o prazo terá de passar dos 141 dias para 60, como prevê a legislação.
Só que pelo andar da diligência quem vai ter que pagar os juros serão os portugueses.
Está-se mesmo a ver.
Ainda haverá capacidade financeira para tal?
Duvida-se!!!
Aldrabem mais sobre a situação do país.
Quem ainda acredita nestes pinóquios de cartão podre?