segunda-feira, novembro 13, 2006

O Polvo


Segundo um jornal diário o anafado ministro das finanças, Teixeira dos Santos, afirmou, em entrevista ao jornal ‘Público’, que a lei que limita os salários dos dirigentes da administração pública ao vencimento-base do primeiro-ministro “é para ser cumprida".
Isto a propósito do vencimento do actual director da Direcção Geral das Contribuições e Impostos.
Segundo a mesma notícia, o Governo mantém a porta aberta (ou será fechada?), para que Paulo Macedo continue no cargo, mas só se aceitar baixar o seu salário em quase oitenta por cento.
Será que o «quadro» do Millennium vai deixar cair o seu vencimento?
Será que o Millennium está disposto a perder um quadro do banco a gerir a DGCI?
Recorde-se que Paulo Macedo foi recrutado para a Direcção-Geral das Contribuições e Impostos pela ex-ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite, que o condecorou, perdão, concordou, em pagar-lhe um salário que ronda os 20 mil euros mensais, quando o vencimento-base do primeiro-ministro não vai além dos 4700 euros.
Depois de Ferreira Leite, de Bagão Félix e.....Teixeira dos Santos tudo como dantes no quartel dos Abrantes.
Só que a trapalhada não fica por aqui.
O Montepio, apesar de ter dado lucros entre um mínimo de 21,4 milhões de euros e um máximo de 59,1 milhões de euros nos últimos seis anos, não pagou impostos sobre os lucros.
Sendo considerada uma associação mutualista, a instituição liderada por Silva Lopes, o das atordoadas sobre os funcionários públicos, beneficia de um regime excepcional de isenção no pagamento de IRC, situação que levanta dúvidas sobre a existência de concorrência desleal no sector bancário, na análise de especialistas como Vasco Valdez, ex-secretário de Estado Adjunto dos Assuntos Fiscais, no tempo de Cavaco, Saldanha Sanches e mesmo Bagão Félix, ex-ministro das Finanças de Santana Lopes.
Todos passaram pelo Governo.
Que fizeram?
Já agora. Já perguntaram a opinião ao outro?
Sim! Ao do Banco de Portugal!!!
O polvo tem os amigos-tentáculos bem esticados.
Como prova de tudo, aqui ficam dados bem interessantes.

AS CINCO TAXAS EFECTIVAS DE IRC MAIS BAIXAS:

Millennium BCP: 10,4% (taxa efectiva) / 753 490 milhares de euros (lucro líquido);

Activo Bank: 11,2% (taxa efectiva) / 882 milhares de euros (lucro líquido);

EFISA: 13% (taxa efectiva) / 2 685 milhares de euros (lucro líquido)

CGD: 17,6% (taxa efectiva) / 537 667 milhares de euros (lucro líquido);

BPI: 18% (taxa efectiva) / 250 816 milhares de euros (lucro líquido)

A «Fonte»: Associação Portuguesa de Bancos

Nos leixões da burguesia
Anda um polvo endiabrado
Come Lazer... quem diria?!
E até corruptocracia
É regabofe pegado!...

E o polvo lá vai medrando
Ninguém o apanha, não!
Legislação vai driblando
As redes vai perfurando
Tem a gazua-cifrão!...

in Rouxinol de Bernardim