sábado, outubro 21, 2006

Evidências


O director do Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda, proferiu um eloquente pensamento: «o problema da Raia Ibérica não é a falta de equipamentos nem de infra-estruturas, mas o desenvolvimento económico e a desertificação».
Saberá o ilustre director o que está a dizer? Saberá ele que desenvolvimento económico tem tudo a ver com equipamentos e infra-estruturas. Onde estão sr. director? Faltam meios de comunicação rodoviária e ferroviária. As estradas municipais na Raia estão num estado calamitoso. A via ferroviária não serve condignamente as populações. Não se esqueça sr. director que, por exemplo, o «intercidades» só chega à Guarda e, a REFER quer mesmo terminar com as ligações entre Vilar Formoso e a Guarda. As infra-estruturas de sanemento básico ainda não contemplam muitas zonas da Raia. Exemplo, os concelhos de Almeida e Figueira de Castelo Rodrigo. Ao nível das infra-estruturas de saúde é o completo deserto. Fecham-se urgências e os centros de saúde que ainda vão existindo, funcionam em condições miserabilistas. Algumas comarcas judiciais vão encerrar. Sr. Director como quer que exista desenvolvimento económico se falta a parte mais importante: investimento público. Quer o sr. e o seu governo que os jovens se fixem na Raia sem perspectivas de futuro? Onde estão as empresas? Os empregos? Deveria o sr. , como director de um centro de formação, saber que a ausência de desenvolvimento económico e desertificação estão intimamente ligadas. Que equipamentos e infra-estruturas conhece o sr. director na Raia? Equipamentos de apoio à terceira idade? Serão esses sr. director?
Já agora sr. director que tem feito em prol da criação de empregos? Que apoios tem o sr. dado às centenas de trabalhadores que vão para o desemprego com o encerramento de várias empresas? Parece que não sabe mas, a desertificação também se pode evitar, se houver planos sérios de formação profissional e não com cursos que só servem para enganar os formandos, os números do desemprego e .... dá uma ajuda aos formadores «amigos».
Decididamente, manda quem não sabe e não quer quem pode.
Poupe-nos sr. director com as suas atordoadas. Já há por cá muita acefalia que chegue.

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