Escolas que fecham....

O encerramento das cerca de 1460 escolas do 1.º Ciclo em todo o país irá implicar novos hábitos para muitos pais e alunos.
O ano lectivo, que arranca na próxima semana, promete alguns focos de protesto por parte de pais que viram a sua vida alterada com o fecho da escola mais próxima.
No entanto, a política de encerramento de escolas consideradas supérfluas encontra algum consenso nos partidos.
David Justino, ex-ministro da Educação no Governo de Durão Barroso (PSD), lembra que o primeiro plano de encerramento de escolas do 1.º ciclo é da sua autoria.
Já é do conhecimento público, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues pretende encerrar todas as escolas do primeiro ciclo e jardins-de-infância com menos de 20 alunos, ou sem condições mínimas de funcionamento, até 2010 ou 2013.
Estão em causa cerca de 4200 unidades, incluindo jardins-de-infância.
A estratégia explica-se pela necessidade de reordenação da rede escolar, por forma a concorrer aos fundos comunitários no âmbito do futuro Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) 2007-2013.

Mas, em Beja, as crianças até vão passar a ter aulas no quartel da cidade.

Divididas pelos períodos escolares, três escolas EB1 de Beja vão utilizar, a partir do próximo dia 15, uma caserna, com oito salas de aulas e mais quatro para professores e auxiliares."Esta é a opção mais segura, prática e económica que encontrámos para ultrapassar esta situação", revelou Francisco Santos, presidente da Câmara de Beja.
O encerramento de escolas prende-se com a desertificação cada vez mais acentuada do interior do país.
Este é o verdadeiro problema.
Cada vez mais o interior sofre com as políticas de desenvolvimento que ao longo dos anos foram sendo aplicadas.
O investimento público praticamente não existe e quando o há serve apenas para benefício de muito poucos, ou para conservar o status eleitoralista.