segunda-feira, setembro 11, 2006
As homilias do abade
No burgo há um abade que se faz ouvir através das homilias dominicais.
As e os beatos fervorosos vão acenando com a cabeça à verbosidade inútil deste abade nédio.
Para que sobreviva, o abade lança mão da côngrua, que todos pagam, quer sejam fiéis ou infiéis do evangelho segundo S. Rebelo (padroeiro dos animálculos).
O discurso do abade é prolixo, polifónico, melodramático mas agradável aos ouvidos dos incautos fiéis.
O abade, charlatão de feira, é uma sumidade em dislates.
Presenteia a plateia com dissertações maquiavélicas, mucosas próprias de um dilacerante talhante.
Falante de tudo!
O abade, reconheça-se a virtude, é um exímio vendedor de banha da cobra.
Fala das politiquices do burgo, do regedor, do mestre da música, das artes do mestre cerimónia, do barbeiro finuras e, quando dá conta que os paroquianos já dormem ei-lo a entrar no domínio do futebol.
Sim, por que o besuntado abade domina a seu belo prazer as coisas do futebol.
Comenta-se, pelo redil, que o abade chegou em tempos a ser indigitado para capitão da equipa que dominava o campeonato dos filisteus.
Chegou, aliás, a beber na pia pela mão do grande chefe «cai tano».
Mas, para além das homilias o abade vende aulas.
Quer dizer devia vender!!!
Pois o tempo que passa nas homilias, nas cavaqueiras da taberna do toino baixinho ou nas passeatas pela rua do capelão, não lhe permitem estar no local de «trabalho».
Mas, para além de tudo isto, o abade tem um defeito físico.
Quando fala baba-se a bem babar.... e lança objectos mucosos para quem está por perto.
Dizem as más línguas, que nenhum fiel paroquiano consegue estar em frente ao púlpito do abade, só de guarda-chuva aberto.
Este é um verdadeiro cromo à portuguesa.
Impostor et Graecus est !
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