domingo, novembro 30, 2025

Meu herói

Em vez de andarem a pendurar bandeiras pelas vedações das escolas, afixem em todas as salas de aula, nos corredores, nos refeitórios, em todos os espaços escolares e não só este texto.
Bem visível e não de forma titubeante e vergonhosamente vacilante.
Leiam-no nas aulas e debatam-no com crianças, jovens e adolescentes.
Talvez, digo eu, AJUDE!
"Meu herói,
Na escola, há batalhas que ninguém vê.
É nas aulas, é nos campos de futebol, é nos corredores, é nos cantos do recreio, é dentro das mochilas cheias de dores que não cabem em palavras.
É aí que o bullying vive. É aí que ele mata.
Se vires alguém sempre sozinho, sempre triste, com os olhos no chão, aproxima-te.
Talvez ele ou ela não queira falar, talvez te empurre para longe com o silêncio, mas vai. Não é sobre ti. É sobre quem está à beira de desistir. Às vezes, tudo o que alguém precisa para não cair é saber que há quem o veja.
Se vires alguém a ser humilhado, não te escondas no grupo, não finjas que não é contigo.
É contigo. O silêncio, nesse momento, é tão violento quanto as palavras que o magoam.
Dá-lhe um abraço, uma palavra, um escudo contra a indiferença que lhe atiram. Mostra que há alguém que não vai abandoná-lo.
Se vires alguém a bater, lembra-te: a violência só vive porque há quem deixe.
Não deixes. Levanta-te. Se não conseguires parar, grita.
Grita por ajuda, grita para acordar quem está a fingir que não vê.
Não vais mudar o mundo inteiro. Mas podes mudar o mundo de alguém. É um bom começo, não é?"
O HOSPITAL DE ALFACES!