quarta-feira, novembro 19, 2025

António Filipe vs Luís Marques Mendes

Ontem aconteceu o 2.º debate entre candidatos a Presidente da República Portuguesa, na SIC, entre António Filipe e Luís Marques Mendes.
Começo por falar da moderadora. Clara de Sousa comportou-se como se estivesse numa daquelas enfadonhas homilias do Marques Mendes ao domingo. Fez jus ao provérbio popular "para o meu amigo (Marques Mendes) um figo"!
E que figo, bem amargo, que rebentou na boca do "dono da casa".
Perguntas que procuravam fazer brilhar o "amigo", que foi comentador PAGO À PEÇA, pela estação da SIC, é bom lembrar!
Mas foi atropelado o "amigo"!
O ar de "dono da casa" não o salvou.
Começou na questão dos acordos da CGTP em que Marques Mendes afundou a bem afundar. Os bem preparados, como se diz, afinal, não estão assim tão bem preparados. Um erro de palmatória. Só confirma que os dois, a "Clarinha" e o amigo do "figo", continuavam a imaginar-se na homilia dominical.
As falhas sucessivas do governo na saúde, a que Marques Mendes continua umbilicalmente ligado, mesmo que diga o contrário, não tiveram do candidato uma resposta assertiva e clara.
Não faltou, como era de prever, a Guerra da Ucrânia. E, por que não perguntou pelo genocídio em Gaza? Pela posse dos territórios palestinos por parte dos israelitas?
Não convinha. Claro!
Depois a Greve Geral. Marques Mendes meteu as mãos pelos pés e saiu da confusão apoiado num discurso evasivo que escondeu o retrocesso civilizacional nas relações laborais. Para Marques Mendes o lado em que se posiciona é o do patronato. Defesa da UGT? Quantos sindicalizados tem a UGT? Responda. Bem esteve António Filipe, quando disse que as portuguesas e portugueses querem ver na presidência alguém que os defenda.
O discurso de Marques Mendes em muitas ocasiões assemelhou-se ao discurso do inútil. Até na fuga a certos temas, o da TAP foi um deles, com a célebre frase do "não me comprometa"!
Siameses. Nada a estranhar amigos e figos não faltam.
Proximidades partidárias. A entrega do cartão de militante? Deixe-se de malabarismos, contorcionismos e ilusionismos. Já nem as criancinhas acreditam em tais números.
Num debate civilizado, António Filipe marcou pontos, quer certos bajuladores queiram ou não.
Por último os moderadores. Quer no debate entre Seguro e Ventura, quer agora entre António Filipe e Marques Mendes houve uma forma capciosa, ardilosa, cavilosa e tendenciosa de apoiarem "os amigos". Nada a estranhar num país em que se apoia a ascensão da extrema-direita como se bajulam os poderosos.
Só falta mesmo num qualquer debate na RTP, onde esteja Marques Mendes ser o "afilhado" o moderador. Nada a estranhar.