O
unanimismo mata.
Mata
a liberdade pensamento, o sentido crítico e a capacidade para inovar.
Os
partidos políticos do século passado tinham no unanimismo, no seguidismo bacoco
e absoluto um imperativo total para que os seus membros conseguissem galgar,
internamente, os degraus da pirâmide hierárquica.
Nos
partidos do século passado subia-se não em função dos méritos próprios
(meritocracia) mas em função da capacidade de seguir o líder e da capacidade
(por intuição ou lobbying interno) de identificar e seguir quem estaria bem
posicionado para assumir funções de liderança.Estas prácticas e métodos eram desenvolvidos até ao limite e ensinados desde tenra idade nas Juventudes partidárias que assim se foram decompondo de genuínas e úteis escolas de cidadania e em academias de treino e formação de seguidistas e aparelhistas profissionais dando um contributo decisivo para estes partidos fechados à sociedade civil, aparelhados e cristalizados que hoje temos.
De facto, quebrar hoje o Seguidismo acéfalo e acrítico só pode ser feito de uma forma e essa forma é acabar com as juventudes partidárias: fábricas de maus hábitos e de condutas convergentes quando os partidos – para se reformarem – precisam mais do que nunca de pensamento e palavra divergente, de oposição interna frontal viva e dinâmica, pública, sem medo de anacrónicas acusações de divisionismo ou “traição”.
Precisamos de partidos vivos, rápidos a reagir a uma realidade que muda a uma velocidade que não pára de crescer e estes novos partidos não se fazem com Seguidistas, fazem-se com Cidadãos capazes de rupturas, que cultivem um raciocínio autónomos e divergentes, abrindo-se assim à sociedade civil e a todos aqueles que as velhas lógicas piramidais, seguidistas e dos aparelhos foram repelindo da actividade político-partidária comum.
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