«Não
nos deve surpreender que, a maior parte das vezes, os imbecis triunfem mais no
mundo do que os grandes talentos. Enquanto estes têm por vezes de lutar contra
si próprios e, como se isso não bastasse, contra todos os medíocres que
detestam toda e qualquer forma de superioridade, o imbecil, onde quer que vá,
encontra-se entre os seus pares, entre companheiros e irmãos e é, por espírito
de corpo instintivo, ajudado e protegido.
O estúpido só profere pensamentos
vulgares de forma comum, pelo que é imediatamente entendido e aprovado por
todos, ao passo que o génio tem o vício terrível de se contrapor às opiniões
dominantes e querer subverter, juntamente com o pensamento, a vida da maioria
dos outros.
Isto explica por que as obras escritas e realizadas pelos imbecis são tão abundante e solicitamente louvadas - os juízes são, quase na totalidade, do mesmo nível e dos mesmos gostos, pelo que aprovam com entusiasmo as ideias e paixões medíocres, expressas por alguém um pouco menos medíocre do que eles.
Este favor quase universal que acolhe os frutos da imbecilidade instruída e temerária aumenta a sua já copiosa felicidade. A obra do grande, ao invés, só pode ser entendida e admirada pelos seus pares, que são, em todas as gerações, muito poucos, e apenas com o tempo esses poucos conseguem impô-la à apreciação idiota e ovina da maioria. A maior vitória dos néscios consiste em obrigar, com certa frequência, os sábios a actuar e falar deles, quer para levar uma vida mais calma, quer para a salvar nos dias da epidemia aguda da loucura universal.
Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'.
Isto explica por que as obras escritas e realizadas pelos imbecis são tão abundante e solicitamente louvadas - os juízes são, quase na totalidade, do mesmo nível e dos mesmos gostos, pelo que aprovam com entusiasmo as ideias e paixões medíocres, expressas por alguém um pouco menos medíocre do que eles.
Este favor quase universal que acolhe os frutos da imbecilidade instruída e temerária aumenta a sua já copiosa felicidade. A obra do grande, ao invés, só pode ser entendida e admirada pelos seus pares, que são, em todas as gerações, muito poucos, e apenas com o tempo esses poucos conseguem impô-la à apreciação idiota e ovina da maioria. A maior vitória dos néscios consiste em obrigar, com certa frequência, os sábios a actuar e falar deles, quer para levar uma vida mais calma, quer para a salvar nos dias da epidemia aguda da loucura universal.
Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'.
Este
texto de Papini recorda-me os imbecis que vou conhecendo. Estão por todo o
lado.
Atravessam-se nos nossos caminhos sem que, por vezes, o tenhamos solicitado.
IMPOSTOS E IMPOSTORES!
São
por natureza egocêntricos, julgam que o mundo gira à sua volta! Coitados dos
imbecis.
São
omniscientes, pensam que sabem tudo e não se preocupam em conhecerem o que não
sabem! Coitados dos imbecis.
São
omnipotentes pensam que podem fazer tudo o que querem! Coitados dos imbecis.
Em
casa lavam a loiça e, puxam o lustre aos botins do imbecil, que se esconde no
armário quando é acossado!
Consideram-se
invulneráveis, intocáveis. Coitados dos imbecis! Rabos-de-palha não lhes
faltam. Só que escondem-se no celeiro e esperam que a trovoada passe, sem se
chamuscarem.
São
por feitio e defeito optimistas irrealistas, acreditam que tudo lhes correrá
bem, independentemente de tudo, mas tudo, de mau possam fazer, e fazem, à
sociedade que os consola.
Imbecis
definitivamente e, coitados!