Cubram-no
de todos os bens terrenos, mergulhem-no na felicidade com a cabeça imersa de
modo a só umas bolhas rebentarem à superfície; dêem-lhe uma prosperidade
económica tal que não tenha mais nada que fazer senão dormir, comer doces e
tratar da continuidade ininterrupta da história universal - então ele, o homem,
mesmo assim, só por ingratidão, por maldade, far-vos-á uma pulhice qualquer.
Arriscará até os doces e desejará propositadamente o mais prejudicial dos
absurdos, o mais antieconómico disparate, unicamente para misturar com toda
essa sensatez positiva o seu nocivo elemento fantástico. Desejará conservar
precisamente os seus sonhos fantásticos, a sua estupidez mais ordinária,
unicamente para confirmar a si mesmo (como se fosse assim tão indispensável)
que as pessoas continuam a ser pessoas e não teclas de piano em que sejam as
próprias leis da natureza a tocar, mas prometendo tocar a tal ponto que se
tornará já impossível desejar qualquer coisa para além do calendário.
Mais ainda: mesmo que o homem se tornasse realmente uma tecla de piano, mesmo que tal facto lhe fosse provado por meio das ciências naturais e da matemática, não ganharia juízo, mas faria, de propósito, qualquer coisa contra, apenas por ingratidão; só para continuar na sua! Lançará pelo mundo uma maldição, e como só o homem sabe amaldiçoar (é o privilégio dele, e o que mais o diferencia dos outros animais), e apenas com uma maldição conseguirá o que quer, ou seja, convencer-se-á que é homem e não uma tecla de piano! Se disserem que também isso pode ser calculado pela tábua - o caos, as trevas, a maldição - e que a própria possibilidade de cálculo prévio fará parar tudo, e a razão vencerá - então o homem tornar-se-á louco por essa ocasião, só para não ficar subjugado à razão e poder continuar na sua! Tenho fé nisso, assumo a responsabilidade por isso, porque todo o assunto humano consiste, na realidade, em o homem provar a si mesmo, a cada instante, que é um homem e não um pistão!
Fiodor Dostoievski, in 'Cadernos do Subterrâneo'
Mais ainda: mesmo que o homem se tornasse realmente uma tecla de piano, mesmo que tal facto lhe fosse provado por meio das ciências naturais e da matemática, não ganharia juízo, mas faria, de propósito, qualquer coisa contra, apenas por ingratidão; só para continuar na sua! Lançará pelo mundo uma maldição, e como só o homem sabe amaldiçoar (é o privilégio dele, e o que mais o diferencia dos outros animais), e apenas com uma maldição conseguirá o que quer, ou seja, convencer-se-á que é homem e não uma tecla de piano! Se disserem que também isso pode ser calculado pela tábua - o caos, as trevas, a maldição - e que a própria possibilidade de cálculo prévio fará parar tudo, e a razão vencerá - então o homem tornar-se-á louco por essa ocasião, só para não ficar subjugado à razão e poder continuar na sua! Tenho fé nisso, assumo a responsabilidade por isso, porque todo o assunto humano consiste, na realidade, em o homem provar a si mesmo, a cada instante, que é um homem e não um pistão!
Fiodor Dostoievski, in 'Cadernos do Subterrâneo'
Este texto vem a propósito de umas declarações HIPÓCRITAS de um tal Junker, agora elevado à categoria de chefe da cozinha de Bruxelas. Diz o Junker, o tal da fuga aos impostos no Luxemburgo, esta coisa abominável: «Pecámos contra a dignidade dos portugueses e dos gregos», reconhecendo «o quanto a acção da troika PREJUDICOU países em DIFICULDADE»!
SEU HIPÓCRITA!
NÃO HÁ QUEM TE DIGA NAS FUÇAS O QUE ÉS?
MANDA UMA MISSIVA AOS PALERMAS DO GOVERNO PORTUGUÊS E AO CAVACO!
PODE SER QUE DEIXEM DE SER TÃO LAMBE-CÚS DA MERKEL!
ESTOU FARTO DE PANTOMINEIROS.