Em
1960, no Canadá, aquando da realização da 2.ª Conferência Internacional sobre
Educação de Adultos, promovida pela UNESCO, os vários membros presentes
salientavam a necessidade de erradicar o analfabetismo. Para
tal, a conferência fazia um apelo sério a que os governos de TODOS os países
elaborassem um plano de erradicação do analfabetismo.
Sugeria-se, igualmente, a criação de um fundo financeiro para aplicação do plano de erradicação do analfabetismo.
Mais tarde, em Tóquio, em 1972, aquando da realização da 3.ª Conferência sobre Educação de Adultos, de novo promovida pela UNESCO, constatava-se que a recomendação saída da conferência do Canadá, DOZE ANOS antes não tinha atingido os objectivos pretendidos. Proponha-se que a alfabetização devia socorrer-se de práticas participativas e críticas, valorizando os recursos educativos das comunidades. Cumulativamente, reconhecia-se que o analfabetismo não era um problema exclusivo dos países sócio – economicamente desfavorecidos mas que, nos países ditos desenvolvidos, também existiam bolsas de analfabetos, especialmente de analfabetos funcionais, sendo que a conferência era unânime em apontar, sem apelo nem agravo, a culpa à instituição Escola.
Hodiernamente, TRINTA ANOS APÓS todas as «boas intenções» proferidas e exaradas em actas, subscritas por quase todos os países do mundo, a realidade é ainda preocupante.
Apesar das melhorias significativas nas taxas de alfabetização a nível mundial, hoje ainda há 781 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, entre as quais estão 126 milhões de jovens. As mulheres constituem dois terços da população analfabeta, de acordo com os dados publicados pelo Instituto de Estatística da UNESCO (UIS), por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização.
A melhoria da situação é evidenciada quando se compara as taxas de alfabetismo da população adulta (84,3% no total da população com mais de 15 anos) com as da população jovem (89,4% do total de jovens entre os 15 e os 24 anos). Além disso, os dados evidenciam que quando aumenta a taxa de alfabetização, diminui a proporção de população a viver em situação de pobreza.
Quando se olha para Portugal, conclui-se que há MEIO MILHÃO DE ANALFABETOS, de acordo com os dados dos Censos de 2011. Correspondem a 5% da população, com uma maior proporção do lado das mulheres (6,8% do total da população), do que dos homens (3,5%). A UNESCO coloca-nos na 40ª posição no total de 157 países, apontando para que 67,6% da população analfabeta em Portugal seja do sexo feminino. Já no que aos jovens diz respeito, tal como Portugal, mais de metade dos 200 países analisados tem uma taxa de alfabetismo igual ou superior a 95%.
Dos 126 milhões de jovens analfabetos com idades entre os 15 e os 24 anos, cerca de nove em 10 vivem numa de duas regiões: Ásia Ocidental e do Sul ou África Subsariana.
As diferenças entre os dois sexos, a nível mundial, têm vindo a diminuir quando se olha para a alfabetização da população jovem. Em 2012, 87% das raparigas tinham competências básicas de alfabetização, comparando com 92% dos homens - concluiu-se que três em cada cinco jovens analfabetos são mulheres.
"Quando os níveis de alfabetização das mulheres jovens estão, persistentemente, abaixo dos homens, isso evidencia uma verdadeira questão de direitos humanos, pois em alguns países é negado às raparigas o direito básico de acesso à educação devido ao seu género", sublinha a UNESCO.
Entre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, definidos em 2000, está precisamente a diminuição para metade da taxa de analfabetismo da população mundial, a atingir já no próximo ano.
Será que há vontade política para alcançar tal objectivo?
Ter especial atenção ao estudo da UNESCO, eminentemente humanista, e confrontá-lo com as perspectivas economicistas, pragmáticas, de outras organizações como a OCDE e, com a posição híbrida da União Europeia sobre o tema do analfabetismo, e da sua importância como parte do todo que é a Educação de Adultos.
Sugeria-se, igualmente, a criação de um fundo financeiro para aplicação do plano de erradicação do analfabetismo.
Mais tarde, em Tóquio, em 1972, aquando da realização da 3.ª Conferência sobre Educação de Adultos, de novo promovida pela UNESCO, constatava-se que a recomendação saída da conferência do Canadá, DOZE ANOS antes não tinha atingido os objectivos pretendidos. Proponha-se que a alfabetização devia socorrer-se de práticas participativas e críticas, valorizando os recursos educativos das comunidades. Cumulativamente, reconhecia-se que o analfabetismo não era um problema exclusivo dos países sócio – economicamente desfavorecidos mas que, nos países ditos desenvolvidos, também existiam bolsas de analfabetos, especialmente de analfabetos funcionais, sendo que a conferência era unânime em apontar, sem apelo nem agravo, a culpa à instituição Escola.
Hodiernamente, TRINTA ANOS APÓS todas as «boas intenções» proferidas e exaradas em actas, subscritas por quase todos os países do mundo, a realidade é ainda preocupante.
Apesar das melhorias significativas nas taxas de alfabetização a nível mundial, hoje ainda há 781 milhões de pessoas que não sabem ler nem escrever, entre as quais estão 126 milhões de jovens. As mulheres constituem dois terços da população analfabeta, de acordo com os dados publicados pelo Instituto de Estatística da UNESCO (UIS), por ocasião do Dia Internacional da Alfabetização.
A melhoria da situação é evidenciada quando se compara as taxas de alfabetismo da população adulta (84,3% no total da população com mais de 15 anos) com as da população jovem (89,4% do total de jovens entre os 15 e os 24 anos). Além disso, os dados evidenciam que quando aumenta a taxa de alfabetização, diminui a proporção de população a viver em situação de pobreza.
Quando se olha para Portugal, conclui-se que há MEIO MILHÃO DE ANALFABETOS, de acordo com os dados dos Censos de 2011. Correspondem a 5% da população, com uma maior proporção do lado das mulheres (6,8% do total da população), do que dos homens (3,5%). A UNESCO coloca-nos na 40ª posição no total de 157 países, apontando para que 67,6% da população analfabeta em Portugal seja do sexo feminino. Já no que aos jovens diz respeito, tal como Portugal, mais de metade dos 200 países analisados tem uma taxa de alfabetismo igual ou superior a 95%.
Dos 126 milhões de jovens analfabetos com idades entre os 15 e os 24 anos, cerca de nove em 10 vivem numa de duas regiões: Ásia Ocidental e do Sul ou África Subsariana.
As diferenças entre os dois sexos, a nível mundial, têm vindo a diminuir quando se olha para a alfabetização da população jovem. Em 2012, 87% das raparigas tinham competências básicas de alfabetização, comparando com 92% dos homens - concluiu-se que três em cada cinco jovens analfabetos são mulheres.
"Quando os níveis de alfabetização das mulheres jovens estão, persistentemente, abaixo dos homens, isso evidencia uma verdadeira questão de direitos humanos, pois em alguns países é negado às raparigas o direito básico de acesso à educação devido ao seu género", sublinha a UNESCO.
Entre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, definidos em 2000, está precisamente a diminuição para metade da taxa de analfabetismo da população mundial, a atingir já no próximo ano.
Será que há vontade política para alcançar tal objectivo?
Ter especial atenção ao estudo da UNESCO, eminentemente humanista, e confrontá-lo com as perspectivas economicistas, pragmáticas, de outras organizações como a OCDE e, com a posição híbrida da União Europeia sobre o tema do analfabetismo, e da sua importância como parte do todo que é a Educação de Adultos.