Um
estudante Eramus escreveu este artigo.
Como
gostei quis partilhá-lo.
Vai
servir de espelho a muita escumalha.
Mas,
quando não há coragem de assumir o que vai acontecendo pelas instituições de
ensino; quando a cobardia é de tal ordem que os cega, sem perceberem que há uns
tantos a apunhalarem colegas, a tratarem da «vidinha», então desabafos como
este são sempre uma denúncia do muito de escabroso vai acontecendo, sem que
NADA NEM NINGUÉM diga ou faça alguma coisa!
O
caso da praia do Meco poderia e deveria levar a muita outra investigação.
Só
que as areias são demasiado movediças...
Faz
lembrar aquela rameira que se entregava a tudo e a todos, mas que na opinião
dos pais era a virgem Dulcinea que esperava e suspirava pelo Quixote que nunca
chegava, mas que se ia aproveitando do «Rocinante» para aliviar as necessidades
....
Antes
Rocinante que cavaleiro falido!
O
artigo é este:
A
TRISTEZA DA JUVENTUDE ACADÉMICA
Estava
a ver na TV o final do concerto dos Metallica no Rock In Rio, e um deles
regurgitava água (ou uma bebida qualquer) e cuspia-a para cima dos
espectadores, todos eufóricos; no entanto, o pior aconteceu quando um deles
abre a boca para receber o líquido expelido pelo seu ídolo, atitude doentia,
submissa e pornográfica. Que eu me lembre, tirando aquela tribo africana do
filme Ace Ventura, não
há nenhuma sociedade onde cuspir em cima de alguém não seja um acto de desprezo
(tirando algumas sub-sociedades sexuais sadomasoquistas).
Este
incidente despoletou em mim uma série de reflexões, todas conectas,
considerando que são todas manobras para manterem as pessoas ocupadas e
abstraídas do que realmente é importante, e que se podem agrupar em, histeria
colectiva, juventude controlada, submissão doentia a novos deuses de uma
juventude académica, acrítica, telecomandada e submissa.
Vejamos
como tudo isto está interligado.
A
única actividade que sei que a associação académica da minha escola realiza é: festas!
Ah,
e quem está inscrito nela tem descontos no valor dos exames da segunda época e
afins (ou seja, podes faltar às aulas e não entregar os trabalhos a tempo que
terás descontos depois para o fazer mais tarde). Mas e o que faz um reitor,
director ou outro qualquer órgão pedagógico da escola?
PACTUA!
É
tudo o que eu sei… tem outras vantagens ou faz outras coisas? Talvez, mas
durante os anos que por lá ando, desde licenciatura a mestrado, nunca tive
conhecimento de outras actividades.
Uma
espécie de fingir que se faz, para que TUDO FIQUE na mesma.
Como
estou em Erasmus tudo isto me parece estranho.
Fez-me
espécie quando, cá em Portugal, Europa (?), ao ouvir falar da semana académica
dei conta que de académico não tem nada e que é apenas um motivo para agrupar
jovens e dar-lhes de beber até cair em nome do espírito universitário. Até me
admira que Portugal consiga ser mais desenvolvido que o meu país se os seus
académicos são o que tenho visto; a maioria é borrachona, irresponsável e a
semana académica é para mostrar aos bares de má fama de que precisam de se
esforçar mais para manter a reputação. Senão vejamos: há bêbedos e bebedores
descontrolados nesses bares, também nas semanas académicas, há passadores e
drogados nesses bares, nas semanas académicas idem, há sexo comprado nesses
bares.
Não
sei se as semanas académicas são uma tradição secular, embora duvide,
considerando que antes as universidades costumavam estar sob as estritas ordens
dos padres e confrades, e até antes do 25 de Abril (pelo que julgo saber) as
restrições sobre ajuntamentos do género eram outras. Não, não quero e nem estou
a justificar esses tempos, sou a favor da liberdade de se juntarem pessoas
quando quiserem e sou a favor do afastamento das regras dos conventos das
universidades, embora ainda tenhamos ficado com as togas e as bênçãos de fitas
que mostram que apesar de ser um antro científico as universidades, pelo menos
as portuguesas, são ainda católicas no seu âmago.
Não
levo o estado universitário tão a sério como antes, aliás tenho uma relação
amor-ódio com ele, amor porque gosto de saber coisas e de estudar e ódio porque
preciso de um canudo tutelado por um desses prostíbulos… desculpem, antros de
saber para que esse conhecimento seja valorizado. Não consigo levar a sério uma
instituição que é apenas uma desculpa para manter as pessoas ocupadas com
coisas que nunca irão usar (enalteço assim os cursos técnicos) e cujo 80% de
frequentadores, senão mais, estão ali não pelo amor ao saber, mas à pesca do
estatuto. Sim, estatuto, ser universitário é ainda um título de respeito, porque
associado a isso, no senso comum, vem a ideia de inteligência, conhecimento e
responsabilidade, e não importa que tenhas menos disso do que um aluno do
ciclo, é diferente a forma com as pessoas olham para ti e falam contigo. Eu já
fui tratado diferente quando se descobriu que andava a frequentar mestrado,
apesar das coisas que costumava dizer não se terem alterado, mas passaram a ser
já ouvidas com mais atenção.
Antes
de entrar para a universidade eu admirava muito os universitários, e quanto
maior o título mais eu admirava. Mas, depois que comecei a lidar com
universitários piores do que eu, e uns tantos professores doutorados que andam
a repetir pensamentos ultrapassados e obsoletos, arrogantes e quadrados, e que
usam mais o argumentum ad verencundiam (sim, usei o latim para
parecer mais inteligente, como fui ensinado a fazer), ou seja argumento da
autoridade, do que um raciocínio lógico que realmente convença, comecei a
perder cada vez mais o respeito que tenho para o meio.
A
universidade é apenas um lugar para perpetuar estereótipos, boa parte deles
disfarçados de científicos (não estou a dizer que todos os que para lá entram
saem tão ou ainda mais vazios do que quando lá entraram, não, tem muitos bons
estudantes – não alunos apenas – ali dentro) e a semana académica por
conseguinte mostra a vacuidade do sistema. Quando vês pessoas com o traje
universitário, podes desconfiar que vão faltar as aulas nesse dia e estarão num
jardim qualquer a praxar ou a serem praxados ou numa confraternização (leia-se
bebedeira) num bar qualquer.
Dizer-me
que és licenciado ou doutorado era um motivo para te respeitar, academicamente
falando, mas depois de a maior parte das pessoas mais inteligentes, que eu
conheço, não serem universitários, e por conseguinte os mais estúpidos e irresponsáveis
o serem, perdi o respeito ao sistema. No entanto, ainda estou a estudar, e
aconselho a qualquer um que possa que o faça, porque preciso de um canudo e só
estou a estudar para o ganhar (pois conhecimentos encontro-os eu mesmo,
procurando por eles), pois a nossa sociedade está desenhada para “facilitar” e
valorizar quem tenha um.
Se
as universidades e academias fossem lugares sérios, eu recomendaria que
chamassem outra coisa às semanas académicas, mas como um só espelha o outro…
bah, que se lixe... eles precisam que os jovens se mantenham inactivos, ou
activos a emborracharem-se do que a usar o tempo para pensar e procurar fazer
coisas que realmente importam, pois bebem e drogam-se mais à vontade quando
sabem que isso está sob a protecção de uma instituição universitária (feitores
do progresso e do futuro), e a acreditar neste artigo da ciência hoje,
o efeito nefasto ver-se-á principalmente no futuro.»
Como
é natural e recomendável o autor do artigo nunca será desvendado.
Agora
que estás a entrar para uma instituição superior, fica o aviso, CUIDA-TE E BOA
SORTE!