domingo, setembro 07, 2014

Em busca de um .... lugar ao sol, talvez!


Já saíram as colocações do ensino superior – universidades e politécnicos, escolas públicas!
Confirma-se o que já todos sabíamos – estudar não é um investimento e, as famílias não conseguem suportar tantos impostos quer directos quer indirectos para manter um filho ou filha a estudar.
Tal como aconteceu nos anos anteriores, os institutos politécnicos são os que apresentam taxas de ocupação mais baixas e acabam por depender muito de outros regimes de acesso (maiores de 23, cursos de especialização tecnológica) para arrecadar uns euros.
Neste momento, a taxa média de ocupação neste subsistema está apenas nos 58% (contra 87% no universitário) e há institutos com muito pouca procura nesta fase. É caso dos de Tomar (24%), Bragança (25%), Beja, Portalegre, Castelo Branco, Viseu, Guarda, Santarém e Setúbal, todos para já com mais de metade dos lugares por preencher.
Mesmo com o pseudo incentivo de 1 500 euros, a entregar a 1 000 alunos que se inscrevam em instituições do ensino superior do interior, parece ter entusiasmado pouco famílias e alunos!
É que para além da hipocrisia dos números, 1 500 euros anuais, ou seja, em média por mês, qualquer coisa como 125 euros servem para muito pouco, tudo isto cheira a «caridezinha» e não um investimento no desenvolvimento do país.
Para pagar propinas? Não chega.
Alimentação? Mesmo nas cantinas, muitas a funcionar só de segunda a sexta, tendo o estudante que procurar alternativas para o sábado e domingo, não dá!
Alojamento? Muito provavelmente não terá direito a um lugar nas residências, com péssimas condições, logo resta-lhe o aluguer de um quarto ou dividir o custo de um apartamento por mais 4 ou 5 colegas. E, neste caso também não chega.
Vestir, calçar compra de livros, pagamento de fotocópias e todo o material informático necessário para a realização de trabalhos e preparação para exames… NADA RESTARÁ!
Disto não se fala.
Temos o direito de saber o número de alunos que desistem dos cursos, do número de alunos que obtém emprego na área para a qual se formaram e não para caixa, de uma qualquer grande ou pequena superfície ou, eventualmente, emigrarem.
NINGUÉM FORNECE ESSES RESULTADOS.
Desde logo, as próprias instituições escondem até onde podem, com a conivência de muita escumalha, os números das desistências.
Depois o próprio ministério, que tutela o ensino superior, que de NADA lhe interessa a divulgação de tais números.
É que ficaríamos REALMENTE a conhecer o quão ridículo é o valor de 1 500 euros anuais a distribuir por 1 000 alunos.
Resta ainda saber como é feita a selecção dos tais 1 000 alunos.
Com as declarações do IRS?
Pois claro!
Até se conhecem casos de alunos com carros topo de gama, parados em frente às residências que usufruem, inclusive, de bolsas de estudo que lhes são atribuídas … para alimentar tais bólides!
VERGONHOSO!
Mas a medida do ministro [C]rato de atribuir 1 500 euros a 1 000 alunos que se inscrevem em instituições do «interior» é verdadeiramente demagógica e asinina.
Primeiro que tudo para 1 000 alunos?
Mas o que é isso num universo de alunos desde Bragança, Vila Real, Viseu, Covilhã, Portalegre, Évora e Beja?
RIDÍCULO!
Já nem se fala na quantia… irrisória… a brincar mesmo à caridadezinha!
Mas há mais…
Como se justifica tal medida, face ao encerramento das escolas desse interior, que «parece» proteger?
Não se entende.
Ou será que esta acefalia não lhes permite vislumbrar que o número de alunos a concorrerem para um curso tem a ver com qualidade e saída profissional do mesmo?
E, já agora, quanto aos alunos que vivem no interior e que vão para Lisboa, Coimbra ou Porto. Também recebem alguma coisa?
Afinal onde está a equidade que faz encher a boca a uma múmia?
TUDO ISTO, É HIPOCRISIA E DEMAGOGIA DA MAIS BARATA E RELES!
RESILÊNCIA É O QUE MUITOS ALUNOS DO SUPERIOR TÊM PARA ACABAR UM CURSO.
Para alguns!
Para outros, uma janela de oportunidades para se fazerem à vida, com bons pés de meia...mas sem saberem articular uma frase, ou uma ideia!
Para depois....