A
aprendizagem, qualquer que ela seja, formal, não-formal e informal, deve
possibilitar a que todo e qualquer cidadão participe, activamente, na vida da
sua comunidade, e nas tarefas sociais, políticas e culturais.
E
neste início de ano lectivo que tal fazer sentir e dialogar com os alunos, a
necessidade de aprender na perspectiva de transformação - transformação desde logo do ser, do fazer, do sentir e do viver.
Pois…
Provavelmente,
haverá por aí muita gente que preferiria um ensino do tipo transmissor de
«conhecimentos», de atitude passiva e receptiva, por parte dos alunos.
Um
ensino à antiga…
Uma EDUCAÇÃO BANCÁRIA, POIS ENTÃO...
O
respeitinho é muito bonito.
De
nada vale a luta e a revolta.
A
situação versus o reviralho.
O
calado vai longe.
Cada
macaco no seu galho.
Está
cá para executar e não para pensar.
Cada
um é para aquilo que nasce.
A
ordem natural das coisas.
O
chefe não lê o jornal, estuda-o.
Mãos
nos bolsos são sinal de inércia.
As
casas de banho das fábricas têm latrinas em vez de sanitas porque um operário
fez-se foi para ter força nas pernas.
Manda
quem pode, obedece quem deve.
Os
botões das camisas fizeram-se para estarem abotoados.
O
chefe tem sempre razão, art.º 1. Em caso de dúvida aplica-se o art.º 1.
Orelhas
baixas e bico calado.
E
podíamos continuar neste registo até amanhã.
Um
vómito:
"A
praxe ensina-nos que na vida há uma hierarquia natural e que nós vamos ter de
aceitá-la, ensina-nos a respeitar essa hierarquia."
"A
besta não respira, a besta não tem direitos, a besta deve obedecer sempre ao
padrinho..."
"Sim,
não foi fácil, às vezes é necessário fazer um esforço para não chorar e largar
tudo e ir para casa.
São
sacrifícios fáceis, que tive de ultrapassar.
Mas
afinal de contas o que é que o futuro nos aguarda?
Não
há um Governo que nos calca tantas vezes, uns bancos que nos tentam
lixar?
Não
tem um adulto que fazer tantos sacrifícios?!"
É
isto que queres?
BARDAMERDA
E CALADINHOS!