domingo, setembro 14, 2014

A barbárie



Portugal ainda não conseguiu ultrapassar hábitos medievais que vão caracterizando, muita da nossa péssima forma de ser e estar em sociedade.
Bem sei que, tudo isto só é conseguido com a aprendizagem, com uma educação que possibilite uma transformação do indivíduo por forma a ser civicamente actuante quer comportamental quer participativamente.
Mas, desde que o construtivismo e o humanismo deram lugar ao racionalismo, dificilmente haverá mudanças estruturais.
A escola, instituição, demitiu-se de todo o processo de transformação do indivíduo, logo tudo, mas tudo, é de esperar.
São vários os exemplos que, infelizmente, nos marcam, negativamente, em termos comportamentais na vivência em sociedade, desde cuspir para o chão, urinar nos sítios mais variados, atirar papéis para o chão e tantos outros.
Mas, o que mais me impressiona é esta forma de estar, não solidária e mercantilista que nos caracterizou ao longo de séculos de história.
Vem a propósito falar das mortes na Moita, numa largada de touros.
Declaração de intenções: SOU CONTRA TODA A FORMA BÁRBARA DE UTILIZAR QUAISQUER ANIMAIS PARA DIVERSÃO SANGUINÁRIA.
Depois desta declaração, o que mais me impressionou foi a desfaçatez, com que um elemento da organização veio dizer que não via motivo para serem canceladas as largadas de touros porque, havia muito dinheiro em «jogo», e que tinha sido feito um grande investimento financeiro nas largadas.
ESPANTO DOS ESPANTOS.
Não posso acreditar que, no século XXI, alguém coloque os interesses financeiros acima do respeito que a condição humana deve merecer.
Mas, quem faz da barbárie com os touros uma festa, provavelmente que para essa gente a vida humana VALE COISA NENHUMA.
Uma curiosidade: gostaria de ter acesso ao processo instaurado pelas autoridades. Deve ser do mesmo teor dos acontecimentos.
BÁRBARO!