A alteração das regras de contratualização dos apoios comunitários, decidida pelo Governo português, está a ameaçar a concretização dos projectos estruturantes há muito desejados pelos municípios para a região do Douro e vale do Côa.
Ou seja, por razões de natureza burocrática empreendimentos tais como a reactivação do troço nordeste da linha ferroviária do Douro, a requalificação do cais fluvial de Barca d'Alva ou a introdução de uma marca de promoção turística da região, com a correspondente sinalética, correm o risco de não sair do papel, porque foram elaboradas segundo as regras do anterior Quadro Comunitário de Apoio (QCA III), que reconhecia os territórios pelas suas identidades e afinidades culturais.
O estudo, que ficou concluído em Dezembro, define o turismo como a aposta estratégica de uma das regiões mais deprimidas e envelhecidas da Europa (com um índice de envelhecimento superior a 232%), elenca a necessidade de investimentos em projectos estruturantes e defende um novo modelo de governação com a criação de uma agência de marketing territorial, que agilize procedimentos e mobilize parceiros público-privados para os projectos.
Mais uma vez, o interior a ser penalizado pela burocracia de um poder central e bacoco!!!
Ou será que os vários «poderes» ainda não perceberam que encarar as necessidades e lógicas de desenvolvimento sustentável do interior nos moldes em que foram e têm sido perspectivadas, guiadas por critérios que já abriram falência, designadamente as lógicas de desenvolvimento materialista e economista, assente em lógicas do lucro e no consumo, em vez de se atenderem às necessidades e valores essenciais à qualidade de vida das populações e comunidades locias, é voltar às receitas já gastas e que só beneficiam caprichos, lógicas eleitoralistas nacionais e autárquicas e auguram repetidas oportunidades perdidas.
Difícil de perceber!!!!!