Na primeira noite
eles aproximam-se
e colhem uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite,
já não se escondem;
pisam as flores,
e matam o nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua,
e, conhecendo o nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.
Maiakovsky