quarta-feira, julho 18, 2007

As contas da Matemática e não só!

Um quarto dos alunos do 9.º ano tiveram 1 a Matemática e 75% tiveram negativa.
No 12.º ano, os resultados da disciplina de Física foram péssimos.
Estes são os números que geram títulos de primeira página e oferecem a oportunidade para se esgrimirem argumentos políticos e técnicos sobre o "escândalo" que estes resultados constituem.
Por detrás deles está uma realidade complexa que não é redutível a ideias fundamentalistas quando se pretende, de uma forma simplista, encontrar um bode expiatório para a ineficácia do sistema educativo.
A questão da Matemática, da Física mas também da Língua Portuguesa é apenas a ponta de um enorme iceberg.
Para resolver o problema é necessário considerar múltiplos factores, uns técnicos, outros culturais e sociais. Mais do que atirar responsabilidades uns contra os outros, é necessário ter presente que este assunto não diz respeito apenas à Escola, nem se resolverá unicamente dentro das suas limitadas paredes.
O caso da Matemática, como o da Física, revela, acima de tudo, uma falta de cultura dos alunos e Pais para o estudo das ciências. Quer a Matemática quer a Física «obrigam» a um trabalho árduo e diário de estudo das matérias, quer através da teoria mas, principalmente pela prática na resolução de situações novas ou repetitivas que possibilitem ao aluno a aprendizagem plena dos conteúdos.
Ou seja, «obriga», quer o queiram quer não, a um trabalho diário de aprendizagem e de descoberta.
Quantos alunos realizam os trabalhos de casa daquelas disciplinas?
Quantos alunos apresentam dúvidas dos trabalhos?
Algo tem de mudar sobre as abordagens didáctico-pedagógicas das disciplinas de Matemática e Física, a começar pela interiorização, por parte dos alunos, que não basta «ouvir» o que professor diz na sala de aula. Fica muito, mas mesmo muito, para ser feito «em casa».
Hoje, e quem trabalha com os alunos sabe-o bem, trabalha-se pouco ou nada em casa.
Tal como, na Matemática e na Física, também o estudo da Língua Portuguesa merece mais e melhor atenção.
O gosto e o hábito de leitura deveria fazer parte do quotidiano dos nossos alunos.
É confrangedor e arrepiante que os alunos só lêem as obras que são obrigados e, mesmo essas a partir dos «resumos dos resumos».
Tudo uma questão de cultura e de hábitos de trabalho.
Hábitos de trabalho precisam-se, com urgência!!!