Oito em cada dez novos precários estão no Norte.
A Região recebeu 111 mil dos 130 mil novos trabalhadores sem vínculo definitivo existentes desde o ano 2000.
Em sete anos, Portugal ganhou mais de 130 mil novos trabalhadores precários e a esmagadora maioria (111 mil) encontra-se no Norte.
Aqui, não é só o desemprego que continua mais alto do que no resto do país. Também a qualidade do emprego está a degradar-se, com a proliferação de contratos a prazo (que, agora, assim se podem manter durante seis anos) e dos chamados recibos verdes, exemplo recente, a RTP - Porto.
Em 2000, 1,380 milhões de pessoas tinham um contrato a termo ou trabalhavam contra recibo verde, pelo que 27% dos trabalhadores estavam precários.
Seis anos mais tarde, 2006, o número tinha subido para 1,511 milhões (29% do total do emprego).
Já o Norte passou de 400 mil registados pelo Instituto de Estatística em 2000 para 511 mil, no final de 2006 - um aumento muito superior ao do resto do país.
Note-se que este é o número total de pessoas com vínculos instáveis, que tanto podem ser novos trabalhadores como empregados fixos que perderam o vínculo e passaram a ser precários.
A este ritmo, dentro de alguns anos, o Norte passará a ter o maior número de precários, lugar hoje ocupado pelo Centro, onde quatro em cada dez trabalhadores não têm um vínculo fixo.
O Governo pretende também aumentar os apoios às empresas que integrem precários nos quadros.
Hoje, uma empresa recebe quatro salários mínimos nacionais por cada pessoa admitida (1600 euros).
Os dados do Instituto do Emprego escondem esta triste realidade. Dizer-se que o desemprego diminuiu, face a a tudo isto, é uma falácia e um engodo que o governo alimenta a seu belo prazer.
Os dados do Instituto do Emprego escondem esta triste realidade. Dizer-se que o desemprego diminuiu, face a a tudo isto, é uma falácia e um engodo que o governo alimenta a seu belo prazer.
Enquanto os «empresários» vão obtendo os «apoios» que querem, o «Ps» propõe na Assembleia da República um diploma para limitar a liberdade sindical dos trabalhadores.
A direita aplaude em uníssono todas estas medidas.
A governar assim, não admira que a direita se transfira toda para o partido de Sócrates, «Ps».