O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi a votos para eleger o seu presidente.
O «processo», que se arrastou em folhetins de decisões judiciais, teve agora um novo capítulo: a repetição do processo.
São já três eleições consecutivas.
Pelo meio, acusações e mais acusações públicas dos dois candidatos, práticas de gestão administrativa muito duvidosas, acórdãos judiciais não cumpridos e pior de tudo, um poder central, que consoante a cor, lá foi impondo ou fazendo impor o que mais e melhor interessava «às partes».
Os «crónicos» candidatos, Joaquim Brigas, director da Escola Superior de Educação e, Jorge Mendes, director da Escola Superior de Gestão e Tecnologia, apresentaram-se a votos.
Pela terceira vez «consecutiva», Mendes ganha a Brigas.
Brigas comete dois erros.
Primeiro, não percebeu que as eleições se ganham dentro da instituição.
Não é, pelo facto de ter uma Comissão de Apoio da «Sociedade Civil», que iria obter dividendos na eleição e, principalmente, no Colégio Eleitoral.
Depois, convida para a Comissão, fundamentalmente, gente que não oferece nenhuma credibilidade, a uma eleição, sendo ela para uma Instituição de Ensino Superior.
Uma coisa é o «poder» que certos personagens detêm quando se trata de eleições para os órgãos autárquicos, outra, bem diferente, é a sua importância para uma Escola.
A Câmara distribui interesses inusitados; a Escola exige investimentos em projectos exequíveis, que contribuam para uma maior e melhor ligação entre os vários saberes e as reais necessidades das populações.
Ter numa comissão de «apoio», presidentes de Câmara – 5 (cinco) PSD; 2 (dois) PS, para além de presidentes de Associações, Agremiações e acólitos político partidários, pode resultar bem na fotografia, mas não resulta em termos de eleição para Presidente de um Instituto do Ensino Superior.
Trazer políticos para uma eleição destas é, por um lado, dar vantagem ao adversário e por outro, é hipotecar a vida académica aos ditames dos interesses de certos politiqueiros.
Não basta criticar a tutela quando não cumpre as decisões judiciais. É de igual modo necessário, saber manter a coerência das atitudes e dos actos em todo o processo.
O resultado era o anunciado: Brigas perde e com ele perdem todos os que «à boleia» de uma eleição procuravam protagonismo. Ficou-se a fotografia; já deu para alguma visibilidade.
Para alguns o importante, para outros uma perda com consequências gravosas.
Daqui a dois anos há mais, mas com novas regras e novo modelo.