terça-feira, março 17, 2015

O BOCAS



Fernando Ulrich precisou apenas de 50 minutos para desmentir Vítor Gaspar, contrariar Ricardo Salgado sobre Angola, imputar ao Governo a resolução do Banco Espírito Santo (BES) e pôr em causa a actuação das autoridades nacionais e da troika neste caso.
O gestor apresentou uma análise de risco elementar apenas com base em informação pública para argumentar que já em 2011, ano em que Portugal pediu o resgate externo, o GES "mostrava enorme fragilidade". Citou nessa análise a diferença entre os fundos levantados em aumentos de capital e o montante distribuído em dividendos, o crescimento exponencial do crédito a Angola e, sobretudo, o financiamento através da venda de dívida de curto prazo a fundos comercializados pelo próprio BES.
Ulrich partiu depois para o ataque cerrado em todas as direcções.

Um franco-atirador…

Revelou que em Maio ou Junho de 2013 - mais de um ano antes do colapso do BES - partilhou com Vítor Gaspar as suas preocupações em relação ao GES. Desmentiu assim o que o antigo ministro das Finanças disse, por escrito, à mesma comissão de inquérito: "Mantive entre Junho de 2011 e Junho de 2013 frequentes contactos com operadores no sistema financeiro português (...) Desses contactos, não decorreu qualquer preocupação particular com a situação do Banco ou do Grupo".
Revelou que menos de 48 horas depois desse desabafo foi contactado pelo Banco de Portugal que, tanto quanto é sabido, só agiu em Novembro de 2013 com a exigência de uma auditoria à Espírito Santo Internacional.
Fernando Ulrich evitou críticas directas ao banco central - que "tem acesso a tudo o que se passa dentro de um banco, desde actas a emails" -, mas as suas afirmações constituem um novo indício de que Carlos Costa, que termina o actual mandato em Maio, reagiu demasiado tarde.
EVITOU...pois é!
EVITOU!!!
Até porque para o presidente do BPI "no final de 2013 o destino [do BES] estava traçado, já não havia soluções boas."
As críticas mais duras foram disparadas contra a troika. U
Ulrich disse não entender como podem ter escapado aos credores internacionais, por entre tanto escrutínio, problemas estruturais do único dos grandes bancos privados que não recorreu a fundos públicos para se capitalizar.
Relatou uma reunião em que "uma pessoa da troika pediu que me calasse porque queriam falar do BPI e não de outros bancos".
O Ulrich não sabe que os funcionários da troika que estiveram em Portugal eram de 4.ª linha?
NÃO SABE??
Criticou também por isso que o Banco Central Europeu (BCE), um dos elementos da troika, tenha sido "tão violento" com o BES quando leva hoje "ao colo" alguns bancos gregos.
Mas para o presidente do BPI, que é hoje um dos 15 interessados do Novo Banco, são "os gestores do GES e do BES os principais responsáveis".
Refutou nesta altura algumas declarações de Ricardo Salgado nesta mesma comissão.
Ulrich disse ter "informação tão cuidadosa e rigorosa sobre o que o BFA [Banco Fomento de Angola, controlado pelo BPI] como tenho do BPI", enquanto Salgado afirmou que "há uma regra fundamental em Angola: quem violar o segredo bancário, quem der informações para o exterior pode ser preso. Isso é considerado crime em Angola. Aliás, há pareceres sobre essa matéria".
Ulrich também disse que se recebesse um presente de 14 milhões de euros de um cliente, oferta que o construtor José Guilherme fez a Ricardo Salgado, "nessa tarde já não entraria no banco".
Pois então...
Por último, Fernando Ulrich disse não acreditar que o Governo tenha sido um actor secundário no desfecho do BES, algo sugerido ontem por Pedro Passos Coelho que, por escrito, garantiu à comissão que o Executivo não teve "intervenção especial".
"Não consigo conceber que possa ter sido decidido este caso como uma decisão que eu tomo em minha casa e que o governo não sabe", considerou o banqueiro, fazendo depender do valor da venda do Novo Banco o sucesso ou o fracasso da medida de resolução.
De TUDO e, apenas do TUDO QUE FOI DADO CONHECER, resulta que a CORJA É, NO MÍNIMO, INCOMPETENTE!
Admitamos que é só INCOMPETÊNCIA!
ADMITAMOS!
Desde Cavaco, passando pelo governo, primeiro-ministro, ministros das finanças, governador do Banco de Portugal, troika, BCE e outros figurantes DEVIAM SER JULGADOS POR DANOS CAUSADOS AO POVO PORTUGUÊS!
Onde está a justiça?
Onde está a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público.
HÁ CRIMES DE LESA PÁTRIA QUE IMPORTA RESPONSABILIZAR!
MAS QUE PAÍS DE BANANAS, GOVERNADOS POR SACANAS!