terça-feira, março 27, 2012

Um pinóquio e os bastardos

A política portuguesa é pântano para o desenvolvimento de seres irracionais e mentirosos.
Foi assim no passado, é o no presente.
Recentemente, um dito primeiro-ministro disse alto e bom som que os portugueses IRIAM SER TRATADOS TODOS DE IGUAL, no que aos subsídios de férias, de natal e aumentos diz respeito.
FALSO.
Nem um dia passou, após tamanha patranha e a afirmação era logo desmentida...
O governo publicou a 26 de Março de 2012, em Diário da República, as novas regras para a remuneração dos gestores de empresas públicas, sendo confirmadas as excepções abertas para CGD, TAP, Empordef, RTP, CTT, CP Carga, EMA, ANA e Parque Expo.
Neste grupo estão precisamente as empresas públicas que melhor pagam aos seus gestores, casos da CGD, da TAP, da RTP, da ANA e dos CTT.
As administrações das cinco empresas chegam a custar quase seis vezes mais que as de outras empresas públicas, nomeadamente as dos transportes e de gestão de infra-estruturas.
Se as equipas de gestão da Carris e do Metro de Lisboa, por exemplo, custaram perto de 380 mil euros cada ao longo do ano passado, a administração da TAP custou mais de 1,5 milhões de euros, a da RTP perto de um milhão de euros e a da Caixa Geral de Depósitos mais de 2,14 milhões de euros, segundo os últimos dados disponíveis, referentes a 2010.
Já nos CTT a administração custou 860 mil euros também em 2010, ao passo que a equipa de gestão da ANA – Aeroportos de Portugal custou 530 mil euros ao longo do ano passado.
A regra segundo o diploma publicado, são perto de 150 as empresas públicas que passam a ter já em Abril os salários dos administradores indexados ao vencimento do primeiro-ministro (5500 euros mensais).
O governo optou por classificá-las em três patamares – A, B ou C –, conforme o peso das empresas para os contribuintes e o seu volume de emprego e negócios.
Nas empresas consideradas de patamar A, os gestores poderão receber o equivalente a 100% do salário de Passos Coelho; nas de patamar B, o máximo é de 85% dessa remuneração e no C apenas de 80%. No primeiro patamar destacam-se Parpública, Refer, CP, NAV, Águas de Portugal e EPAL. No segundo estão os metros de Lisboa e Porto, a Estradas de Portugal e a célebre Parque Escolar, além de alguns centros hospitalares.
Por fim, no último patamar encontram-se empresas como a Ogma, a Lusa ou a Transtejo.
As excepções tanto no Estatuto do Gestor Público como na resolução, foram abertas excepções a este nivelamento salarial.
Segundo a publicação «régia» a TAP, a ANA, os CTT e a CP Carga são excepção porque...... “se encontram em processo de privatização”, ao passo que a Empresa de Meios Aéreos e a Parque Expo são excepção porque estão em processo de extinção.
Ou seja «tudo» é excepção porque TUDO tem estatuto de bastardos!!!!
Já antes o governo tinha aberto uma excepção para a CGD, a Empordef e a RTP.
As favas: Nesta questão, contudo, há também empresas a quem saiu a verdadeira fava da distribuição dos sacrifícios.
São os casos da Estradas de Portugal (EP), da Águas de Portugal, dos metros de Lisboa e Porto ou da CP. As administrações destas empresas eram remuneradas acima da média das empresas públicas e verão agora os seus ordenados limitados ao do primeiro-ministro, ou menos.
No caso da CP e da Águas de Portugal, os vencimentos superiores a 7 e 9 mil euros auferidos pelos respectivos presidentes vão ser cortados para 5500 euros brutos já em Abril.
Mas pior é o cenário que espera os administradores da Estradas de Portugal e dos metros de Lisboa e Porto.
Na Estradas, por exemplo, os cerca de 13 mil euros brutos auferidos pelo presidente da empresa vão ser cortados para menos de metade, 4800 euros – 85% do salário do primeiro-ministro. O mesmo destino vão ter os gestores das duas empresas de transporte subterrâneo, que também foram colocadas no patamar B, não podendo por isso os seus presidentes ganhar mais de 4800 euros.
Este valor mensal compara com os mais de 9 mil euros mensais ganhos pelo presidente da Metro do Porto ao longo do ano passado, e com os cerca de 6400 euros auferidos pelo presidente do Metro de Lisboa no mesmo ano.
Também o presidente da Refer, cuja administração custou 312 mil euros no ano passado, irá sofrer as consequências deste novo diploma, com os mais de 6800 euros mensais auferidos pelo presidente da empresa em 2011 a caírem para 5500 euros.
Ou seja, um verdadeira «regabofe» no que aos patamares dizem respeito e, no que aos vencimentos correspondem....
É o peso dos bastardos.....