quarta-feira, julho 14, 2010

Os três da vida airada

Sócrates sondou Paulinho, o Portas, para um acordo de governação.
O pedido foi feito, sem notário claro, em Fevereiro de 2010, logo depois de o CDS ter feito abstinência sexual ao Orçamento do Estado de 2010.
O namoro foi longo - levando até o líder centrista à casa oficial do primeiro ministro, para um encontro a dois. Como é da praxe, nestes enredos de alcofa.
Vários jornais e comentadores chegaram a arriscar que o acordo estaria feito.
Mas não estava.
No dia certo, Portas deu uma conferência de imprensa anunciando o meio manguito ao orçamento- a abstenção.
De nada servia ao Governo, como Portas bem sabia.
E o Orçamento só passaria com os votos do PSD de Ferreira Leite, a líder que estava de saída.
Ou seja, o não me comprometo, mas também não me lixas, pensou o Paulinho.
Mas, pelos vistos, Sócrates não desistiu.
A ser assim a história, mostra que o primeiro-ministro estava, já nessa altura, bem consciente do que o futuro lhe reservaria: um PSD novo, revigorado, uma crise difícil de travar e um Ps, cada vez mais um «s» de sacana, só na defesa de um projecto que dá cada vez mais sinais, também de «s» de dificuldades em prosseguir.
Sócrates ainda tentou, ao convidar Portas para jantar.
Mas foi tarde demais.
Portas já tinha tomado a sua opção, condenando o PS a uma minoria de contornos imprevisíveis.
Quem parece ter percebido a tempo esta história, conhecendo a imprevisibilidade natural do líder do CDS, foi o novo PSD. Com a força de alguém que acordou com as ganas todas.
Só que, passou-lhe depressa.
Voltaram as fogaças saídas pelas tabernas e os copos de licores que. isto de ser gente fina. só mesmo bebidas a condizer!!!
Só que, o namoro de Coelho é agora, e de novo, Portas.
O eterno fatal.
Coelho quer, é claro, segurar o CDS à direita, ao centro ou de cernelha.
A pega tem de se dar.
Não vá o inteligente tecê-las.
Voltando ao namoro, o difícil é perceber quem vai pegar quem.
Se o CDS se tornou o mais fiel e seguro e escolhe o Coelho ou, se este Governo está condenado a ficar sozinho, como reza a confissão recente de Sócrates.
Apesar dos padrinhos que já por aí se anunciam e das alcoviteiras que previam o casório rápido e duradouro para segurarem as velas, fosse ele casório do Portas com o Coelho, do Portas com Sócrates ou, o mais desejado e apetecível para a fidalgaria pedinte - Coelho/Sócrates.
Se alguém tem alguma coisa a dizer que o diga.
Caso contrário que se cale para sempre!!!
Ámen!!!