terça-feira, julho 06, 2010

Coisas estranhas....

Ficou-se a saber que o Hotel Turismo, pertença de todos os munícipes do concelho da Guarda, vai ser vendido a......uma empresa pública!!!
O valor da «negociata» é de ....3,5 milhões de euros.
Este negócio é em tudo estranho.
Desde logo pelo facto de ser uma empresa pública, Turismo de Portugal dirigida pelo senhor Jorge Patrão, amigo de Pinto de Sousa, primeiro-ministro.
Ora se o Estado português nem dinheiro tem para mandar tocar um cego, de onde vêm os tais 3,5 milhões de euros? Aumenta a dívida pública? Onde ficam os constrangimentos finaceiros impostos pelos sucessivos PEC's? E a redução do deficit?
Quando se fazem cortes orçamentais em tudo e principalmente nos apoios sociais, nos apoios aos desempregados, nas reformas dos excluídos da sociedade, na educação, encerramento de escolas, mega agrupamentos, saúde, encerramento do atendimento nocturno em muitos centros de saúde, redução na comparticipação dos medicamentos e tanto, tantos outros apertos que o cidadão anónimo vai sofrendo com PEC's e mais PEC's, anuncia-se a compra do Hotel Turismo da Guarda por 3,5 milhões de euros!!!
Ou seja, onde pára o despesismo e começa a racionalidade?
Vende-se a que título?
Mas, se a venda em si é um acontecimento preocupante é o ainda mais quando se decide vender o que não lhes pertence.
Isso mesmo - não lhes pertence!!
Os senhores que hoje «decidiram» a venda são apenas e, tão só, gestores de um património. De preferência que façam uma gestão cuidadosa e criteriosa. Só e só isso!!!
Para uma venda deste património impunha-se a auscultação da população, essa sim, a legítima proprietária de um património que foi pagando a custo de muitos sacrifícios.
Nas democracias mais avançadas, o recurso ao referendo é a melhor forma de ouvir com toda a legitimidade o que os cidadãos pensam sobre a venda do SEU património.
Só isso!!!
Entendem???
Nenhuma eleição por mais participada e com resultados de maiorias dão qualquer legitimidade para delapidarem, a seu belo prazer, o património que não lhes pertence e, que apenas lhes está confiado para uma boa e segura gestão.
Só isso!!!
Uma questão atormenta muitos guardenses.
Terá todo este negócio a ver com com a atribuição da sala da Assembleia Municipal ao dito militante socialista, Almeida Santos que, contou em cerimónia solene com a presença de Pinto de Sousa, primeiro-ministro de Portugal?
Não se percebe tal atribuição nem tamanha cerimónia, despesista, nem muito menos a venda de património em época de crise.