O jornal «O Público» voltou a publicar um artigo sobre as «casinhas» do Sócrates, por terras da Ribeirinha.
Nada de estranhar.
Toda a gente já sabe, só não vê quem não quer, que:
1.º- os projectos não eram do «engenheiro técnico»;
2.º- os projectos eram da autoria de funcionários da câmara que, não podendo assinar tais «obras», os entregavam ao «engenhocas»;
3.º- a câmara da Guarda, executivo PS há mais de 30 anos, «encomendou» um inquérito a uns funcionários, da mesma câmara, para «esconderem tudo mas mesmo tudo»; o relatório apresentado em executivo municipal resume-se a 22 páginas em que os autores, todos altos quadros do município, se limitam a concluir que os processos de Sócrates tiveram um tratamento “similar” a outros da mesma época. Mas, sobre o essencial, que são as chamadas “assinaturas de favor” de Sócrates - que foram confirmadas por alguns dos verdadeiros autores dos projectos -, o relatório nada diz.
4.º- quando um Abílio, Curto, é ouvido a prenunciar-se sobre o «caso casinhas», é bom recordar quem é este Curto. Nada mais nada menos que um presidente, do tempo dos «projectos» Sócrates, que foi JULGADO E CONDENADO (o único no País) por peculato. Disso é que não falam. Claro é galinha o põe, pois então.
5.º- o Público, ou outro qualquer jornal, deste País nunca conseguirá desvendar TUDO quanto se passou naqueles tempos por terras da Ribeirinha. Nunca, mas nunca. Salvo, se um dia, alguém, que não tenha as mãos sujas de NADA, conseguir entrar pela porta grande da câmara e, PUBLICAR tudo o que está arquivado e fechado a cadeado. Se ainda existirem as provas, porque, nada nos espantaria que tivesse havido uma inundação ou uma funcionária zelosa que atirou tudo para o lixo, sem direito a reciclagem.
Nada nos admira.
Trinta anos são muitos e muitos anos.
Arriscam-se com espetos e outras mordomias a fazerem dinastia, criarem raízes e erva de tanto tempo parados e estacados.
Ainda ultrapassam o «botas».
As «casinhas» ali estão, prova da passagem de Sócrates por cá.
Agora, aos de cá, aos que ainda têm dignidade e estatura de beirões retratados na pena de um Aquilino Ribeiro a quem a serra incutiu e incute a dureza da natureza, a rebeldia, o inconformismo a recusa de ficarmos calados, a coragem de enfrentar TODOS OS PODERES, de pactuarmos com a indiferença e, principalmente, com a apatia dizemos NÃO ao silêncio cúmplice.
Dizemos NÃO ao garrote do esquecimento e da podre conciliação.
Dizer-se que nada há no inquérito que prova a envolvência de Sócrates no «caso das casinhas» é falsear a verdade dos factos.
É exactamente o mesmo que dizer que não se recebeu qualquer remuneração indevida.
Tudo o mesmo.
Sócrates diz que « os projectos são da sua responsabilidade, e que foram elaborados a pedido de amigos", entre eles, o actual presidente da câmara da Guarda, Valente.
Se o diz, que diferença faz??