Ricardo Rodrigues, RR, é o deputado a quem os socialistas deram a pasta do combate à corrupação nos debates parlamentares.
Até aqui tudo parece «normal». Cada bancada escolherá quem muito bem entender, claro.
Mas, e há sempre um mas, atente-se na história do RR para se aquilatar das qualidades intrínsecas do senhor e, assim como, avaliar o desempenho do PS nessa «luta».
Em 2000, RR foi constituído arguido num processo sobre crimes de associação criminosa, infidelidade, burla qualificada e falsificação de documentos.
Nesse processo foram julgadas nove pessoas.
O processo deste RR foi, pura e simplesmente, ARQUIVADO!!!
No desempenho do MP (Ministério Público) podia ler-se que, apesar das «dúvidas» sobre a sua contribuição «nas actividades subsequentes à burla levadas a cabo pelos principais arguidos», o advogado alegou, pasme-se, "desconhecimento da actividade delituosa".
Ou seja estamos perante mais uma figura que, sendo advogado, desconhece a actividade delituosa em que se envolveu, ou seja, é mais um caso granadeiro, que finalmente se descobre serem muitos em Portugal - um encornado.
Mas, há mais e muito mais.
Em 2005, houve um artigo de opinião no Açoriano Oriental, onde um jornalista manifestava a sua perplexidade pelo facto de o ex-secretário Regional da Agricultura e Pescas, o tal RR, que depois da actividade de(lituosa), se dedicava agora, às vacas e ao leite, encabeçar a lista de candidatos do Ps pelos Açores.
Boa ideia, então não era??
Tinha tudo a ver, claro.
Mas, o jornalista ia mais longe, tanto quanto lhe é permitido, claro está, dizendo que:«Rodrigues esteve envolvido com um gang internacional na qualidade de advogado, sócio e procurador de uma sociedade offshore registada algures num paraíso fiscal; advogado/sócio de uma mulher (Débora Raposo) que está foragida no estrangeiro, acusada de "ter dado o golpe" a centenas de milhar de euros à agência da Caixa Geral de Depósitos de Vila Franca do Campo.»
RR, como é habitual nestes casos, processou o jornalista.
Só que PERDEU.
O juiz de instrução concluiu que a acusação de que Rodrigues se envolvera «com um gang internacional» tinha sustentação: »ao mesmo tempo que a Raposo, se apresentava ao assistente na "humilde condição" de professora do ensino Básico, e em vias de aposentação, mantendo uma suite e um escritório num hotel (hehehe), "serviços financeiros" a partir de Miami, e «um cardeal ortodoxo», responsável de uma sociedade financeira.
A Relação confirmou a sentença da primeira instância, frisando que o artigo de opinião contribuiu para "a formação" de "juízo crítico".
Para que não restem dúvidas, a notícia pode ser consultada em: http://jornal.publico.pt/noticia/20-12-2009/relacao-confirma-envolvimento-de-ricardo-rodrigues-com-gang-internacional-18453719.htm.
Para que não restem dúvidas.
Já sabe agora quem é este de tal RR.
Quando o ouvir num qualquer debate, bem longe de si, lembre-se de tudo quanto leu e ... medite na altivez prosaica que o actor apresenta nas sua representações, sim porque a vida é uma peça de teatro, como disse Charles Chaplin.
Só que a vida não permite ensaios.
Por isso, cantem, chorem, dancem, riam e vivam intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.