quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Polícias de costumes


Ontem foi a «ida» intempestiva da polícia a um sindicato, saber quais eram as frases a serem gritadas numa manifestação.

Depois foi a nova «investida» da polícia aos sindicatos para «saberem» dos comunicados a distribuir numa manifestação.

Depois o «Cagalhães» CENSURADO num corso de Carnaval.

Hoje, e de novo, a polícia apreende todos os exemplares disponíveis do livro "Pornocracia", de Catherine Breillat, de uma feira de livro em Braga, alegando que a capa da obra é "pornográfica".

O livro foi editado em 2003 pela editora Teorema e a capa exibe uma reprodução da pintura "A origem do mundo", de Gustave Courbet, pintada em 1866, que está exposta no museu d'Orsay, em Paris, e é uma das mais vistas pelo público.

Três agentes dirigiram-se à feira e confiscaram todos os exemplares do livro.
No auto de apreensão, a PSP considera(???) que a capa "apresenta cenas com conteúdo pornográfico, estando os mesmos expostos ao público".
O livro, porém, já foi exibido em livrarias de todo o país, tendo sido editado pela Teorema em 2003.
Segundo António Lopes, um dos sócios da Inovação à Leitura, a actuação das forças policiais foi "um atentado à liberdade" e a actuação da polícia um "abuso de autoridade": "Chegaram aqui sem mandato judicial, baseando-se apenas numa denúncia. É um verdadeiro acto censório", acusa.

Isto acontece em Braga, claro!!!
Então não houvera de ser???
Depois dos discursos «inflamados» de bispos, arcebispados e outros mandatários da santa madre igreja sobre tantas e tantas vivências que, a CADA UM E SÓ A CADA UM DIZ RESPEITO, só faltava esta da denúncia de um «bufo» que se queixou da falta de pudor da obra.
Não sabiam os falsos moralistas, os «donos» de consciências, os acéfalos que a gravura é uma obra de arte?
Coitados!!!
Estudassem eles e os seus CHEFES!!!
Mas, é a cultura do País, nada mais a acrescentar.
Se fosse uma qualquer música pimba, aí já a conheciam bem e de cor, mas arte, verdadeira arte não conhecem.
É que "A origem do mundo" é uma das obras mais famosas de Gustave Courbet, um dos expoentes do movimento realista da pintura francesa do século XIX. Foi encomendado ao pintor por um diplomata do império otomano. Depois de muitas peripécias e de ter sobrevivido ao saque das tropas russas a Budapeste, na Segunda Guerra Mundial, onde se encontrava então, o quadro acabaria por ser comprado pelo famoso psicanalista francês Jacques Lacan em 1955 e passou para o Museu d'Orsay depois da morte do psicanalista, em 1981.
O postal vendido pelo museu com a reprodução do quadro é o segundo mais vendido, sendo o primeiro a reprodução de "Moulin de la Galette" de Renoir.
O episódio de Braga já é tema de chacota em TODO O MUNDO!!!
"Tenho 50 anos e sempre vivi em liberdade; deixem-me terminar a minha vida livre; quando morrer, deixem que se diga de mim: 'Ele não pertencia a qualquer escola, a qualquer igreja, a qualquer instituição, a qualquer academia e muito menos a qualquer regime que não fosse o regime da liberdade'", disse Courbet no seu 50º aniversário.
Para que conste na memória dos autos .... de fé, como na INQUISIÇÃO!!!

Tenho vergonha de gente parasita mas, principalmente, de INCULTOS e servos da HIPOCRISIA atentatória da LIBERDADE.

Nos tempos da PIDE, quando éramos levados para as esquadras da polícia revistavam-nos os livros. Mas, como os CHEFES lhes tinham «ensinado» que TUDO que fosse Lenine ou Marx era para apreender, muitas outras obras «passavam» às garras da censura dos incultos polícias.

Os tempos da censura estão a voltar.
Ontem como hoje.
FALTA DE CULTURA DEMOCRÁTICA.
Ou será antes a malhação do «outro»?