A 13 de junho de 1888 nascia em Lisboa Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa - Fernando Pessoa.
Controverso, aproveitado pelas ditaduras salazarista e marcelista como um defensor do Império e de certa forma dos ideais da quadrilha.Reconheço, no entanto, o seu valor na poesia portuguesa do século XX e as suas múltiplas valências em domínios tão diversificados como dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentador político.
Ficaram célebres os heterónimos. Que, segundo o próprio, são uma “tendência orgânica e constante para a despersonalização e para a simulação”.
E há-os para todos os gostos:
Alberto Caeiro adepto do paganismo e do sensacionalismo;
Álvaro de Campos escritor modernista e futurista;
Ricardo Reis autor de versos regulares neoclássicos;
Bernardo Soares com multiplicidade de estilos, fragmentário, com caráter intimista e confessional, modernista, subtileza, reflexão e com traços niilistas. A sua obra mais conhecida - o Livro do desassossego, um diário íntimo e fragmentado.
A maior homenagem que se pode fazer a este enorme vulto da cultura portuguesa é lê-lo, compreendê-lo e analisar todos os fingimentos.