terça-feira, agosto 14, 2007

Ruídos preocupantes

A semana passada foi deveras preocupante, em termos do que o futuro imediato nos reserva.
Voltou o folhetim do caso McCann. A comunicação social «explora» até à exaustão a dor de uma família. Directos televisivos, parangonas jornalísticas, tudo serve para «vender» e aumentar audiências. Isto não é jornalismo. Isto não é informar. A tudo isto chama-se, em bom português, devassa da vida privada, falta de rigor jornalístico, falta de profissionalismo e, pior que tudo, «usar» e abusar de um expediente fácil para «conquistar» a opinião pública.
Há que ter bom senso, no mínimo, se outros valores não fizerem parte da conduta dos ditos jornalistas. Todos sabemos, quão fácil é manipular, apelar à pieguice de um povo que pouco ou nada sabe distinguir entre o que é rigor jornalístico e representações teatrais de faca e alguidar. Macabra atitude.
Mas, o caso MacCann revelou, para além de como a nossa imprensa funciona mal, outra situação também preocupante.
Ficou-se a saber que, desde a primeira hora quem controla e determina a investigação, é a polícia inglesa, o governo inglês.
Triste submissão e pior, ingerência completa na soberania de um País.
Falta de afirmação e de poder das instituições portuguesas, a começar na polícia, em quem a tutela, governo, e por fim, na própria comunicação social que não soube, não quis, afirmar-se pela conduta profissional e rigor face ao «poder» da armada inglesa.
Resultados, quando já não interessaram as informações nem os «préstimos», são relegados e abusivamente expulsos de todo o «processo».
Assim vai a verticalidade de uma comunicação social e dos poderes(?) de uma polícia.
Mas, a comunicação social vai servindo, e de que maneira, os interesses dos «espertalhões» e dos aguadeiros do reino.
Um soba nortenho, aproveitando uma zanga de manas, por causa das bananas, dispara em todas as direcções e «arma-se» em santinho da confraria dos apitos.
Dão-lhe o púlpito para vociferar contra magistrados e pregar a «santa» inocência, numa parábola de fariseu casto.
Mas, de casto é que não teve nada a entrevista de outro rei. Mário Soares, aliás a exemplo, do que já tinha escrito Manuel Alegre, vem fazer um exame de contrição da «conduta» governamental de Sócrates.
Este PS, da era Sócrates, precisa, como de xanax, destes ditosos malabaristas para sobreviver.
Falam, falam .........mas ninguém os leva a sério.
Tudo do mesmo.
Em época de fraca canícula e de crise, a feira da cassete pirata abriu antes do tempo.