E o tripúdio, entendido como dança sapateada, continuou na Assembleia Municipal do dia 25 de junho 2025.
O deputado Rodrigo Besteiro sentiu-se na forma como o senhor presidente da câmara respondeu às suas críticas relativas a transportes.Razão tinha o deputado quando disse no início da sua intervenção que a recomendação era sobre autocarros e muito provavelmente ia-se acabar a falar de barcos.
E não é que foi mesmo de barco num cais lamacento e sujo.
O senhor deputado queria dar esclarecimentos sobre o que o senhor presidente disse sobre a sua intervenção.
Logo foi abruptamente interrompido pelo senhor presidente da Assembleia Municipal dizendo que o deputado Rodrigo não podia dar esclarecimentos.
Atente-se, seriamente, na sequência dos argumentos apresentados pelo presidente da Assembleia.
Podem-se pedir explicações ao que o senhor presidente da câmara diz, mas já não se podem dar esclarecimentos sobre o que a excelência diz. Um trocadilho muito interessante.
Depois vamos ao «ler o regimento»! Brilhante senhor presidente.
Ler o regimento, siga para bingo!
«Os senhores não querem ler (o regimento!)» diz o presidente da Assembleia Municipal. Quem não quer ler, excelência? O senhor e a mesa? Bem que procuraram o artigo ou artigos que justificam a atitude do senhor presidente da Assembleia Municipal. Folheia-se, volta-se a folhear, da frente para trás e de trás para a frente, pede-se ajuda ao secretário e nada. Mas afinal quem é que não lê o regimento?
«Nem sei qual é o artigo»! Brilhante! Conheço pessoas que dizem ter lido uma obra, mas na diagonal! Feitios e formas de ser.
«Não estou a encontrar», supostamente o tal artigo.
Para logo a seguir dizer «mas tenho a certeza que há um artigo no «nosso» regimento que diz que o presidente da câmara é o último a falar»! Brilhante.
«Eu tenho a certeza do que estou a dizer»! Claro senhor presidente, mas quem duvida de tal? Até sabe qual é o artigo!
Depois já não era a questão regimental e passou, num ápice, para «falta de tempo»!
Calma, ficou-se a saber e passo a citar «estava aqui a pedir ajuda ao professor José António (o secretário da mesa) que também andou à volta disto»!
Barcos encalhados?
E por fim, o melhor de tudo, a frase alegórica «Vamos almoçar» diz o senhor presidente da Assembleia Municipal.
Falar em alterar o regimento? Mas que artigos? Nem os encontram!
Devem ter ficado perdidos num qualquer arraial, só pode.
Finalmente, interrupção para almoço!
Ufa! Já suponha que o barco ia ficar encalhado!
Mas a estória não teve continuação.
Explico! No recomeço dos trabalhos, depois do bendito almoço, os cidadãos que assistiam pelas redes sociais não sabem o que aconteceu a seguir. Iniciou-se com outro ponto da ordem de trabalhos.
Será que encontraram o artigo?
Esta é a transparência que dizem defender? Aos cidadãos tudo é vedado. Os segredos da elite, como sempre.
Mais uma vez a ata nada dirá, com toda a certeza. Já não era uma situação virgem com numa ata anterior.
Lembram-se?