"Oh senhora deputada! Oh senhora deputada".
"Tem dois minutos depois "mando" cortar o som"!Nem 30 segundos e cortou-o!
Sem pio!
Bravo à senhora deputada que com toda a coragem, independentemente do corte do som, continuou a ler a declaração.
Parabéns!
"Senhoras e senhores deputados a sessão foi interrompida por cinco minutos"!
Quais 5 minutos? Muito mais!
Lembro-me do poema de Manuel Alegre:
"Pergunto ao vento que passa/notícias do meu país/e o vento cala a desgraça/o vento nada me diz." "Pergunto à gente que passa/por que vai de olhos no chão./Silêncio -- é tudo o que tem/quem vive na servidão." "Mas há sempre uma candeia/dentro da própria desgraça/há sempre alguém que semeia/canções no vento que passa." "Mesmo na noite mais triste/em tempo de servidão/há sempre alguém que resiste/há sempre alguém que diz não."
Cumprir regimento dizem!
Havia tanto regimento na noite negra que vencemos, NÓS os da luta diária e eterna que nunca nos servimos de meios da ditadura.
É preciso lembrar?
"Recolher à cadeira?".
Felizmente não foi recolher à cadeia, por enquanto!
