150 mil já assinaram petição
europeia contra Barroso.
Documento será entregue a 12 de
Outubro ao Conselho da União Europeia e ao Colégio da Comissão Europeia.
Funcionários querem ex-presidente da Comissão punido pelo Tribunal de Justiça
de forma “exemplar” por ter ido trabalhar para a Goldman Sachs.
São já 150 mil as pessoas a
dizerem “Em nosso nome. Não!”. Esse é o número actual de assinaturas da petição
lançada em Julho por funcionários das instituições europeias que pedem que
sejam tomadas “medidas fortes e exemplares” contra a contratação do ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão
Barroso, pelo grupo financeiro Goldman Sachs. Os promotores
anunciaram esta terça-feira que irão entregar o documento ao Conselho da
União Europeia e ao Colégio da Comissão Europeia no próximo dia 12, uma vez que
já atingiram o objectivo inicial de assinaturas.
Os funcionários, anónimos, promoveram a
petição a meio de Julho, poucos dias depois do anúncio da
contratação de Barroso como presidente não executivo para as operações
internacionais e como consultor para o "Brexit". A petição quer que
Barroso seja penalizado por o seu comportamento “desonrar o serviço cívico
europeu e a União Europeia como um todo”.
Descrevendo-se
como "um grupo espontâneo de funcionários das instituições
europeias" que estão "cada vez mais preocupados com a
deterioração da imagem do projecto europeu", os organizadores querem que
este caso chegue ao Tribunal de Justiça Europeu. A Goldman Sachs, lembram, foi “um dos bancos mais implicados na crise
do sub-prime
que levou à crise financeira de 2007/08 e na crise da dívida grega, tendo
ajudado a Grécia a esconder o seu défice antes de especular sobre ela, em
2009/10, tendo pleno conhecimento da sua insustentabilidade”.
A contratação de Durão Barroso é
classificada de “irresponsável”, “prejudicial” para as instituições europeias e
“moralmente censurável”. Por isso, a petição pede ao Conselho da União Europeia
e ao Colégio da Comissão Europeia que levem o assunto ao Tribunal de Justiça da
UE e, para além de analisarem em detalhe todo o processo de contratação – se
Durão respeitou, por exemplo, os seus deveres de integridade e discrição –, que
seja suspensa a sua reforma como ex-presidente da Comissão enquanto trabalhar
para a Goldman Sachs e depois disso, e que lhe sejam negados “todos os títulos
honoríficos possíveis ligados às instituições europeias”.
Há três semanas, pressionado pela provedora de Justiça da União, o actual
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker decidiu que Durão Barroso passa a ser tratado como mero “representante
de interesses e submetido às mesmas regras” dos restantes lobistas
registados em Bruxelas. E pediu-lhe explicações sobre as suas exactas
responsabilidades na Goldman Sachs Internacional e sobre os termos do seu
contrato com o banco.
EU
JÁ ASSINEI!
DO
QUE ESPERA?