terça-feira, outubro 18, 2016

Gostei de ler


Paulo Baldaia
 
O ano escolar começou na perfeição? Não. Ainda assim, os problemas foram em número reduzido e rapidamente resolvidos? Não. Então o que se passa para os sindicatos estarem tão caladinhos? A paz social que hoje vivemos, muito melhor do que no tempo dos outros senhores, é "comprada" e não adere à realidade. Os sindicatos da CGTP, do mais profissional que existe neste país, não dão ponto sem nó. Inteligentes, recuam enquanto recuperam influência para poderem contra-atacar quando tiverem a faca e o queijo na mão.

Tudo contestou a Fenprof de Mário Nogueira, quando não faziam parte da solução. Tudo parecem aceitar, agora que interesses maiores se levantam.

Vamos ver já nesta semana, quando houver uma reunião da concertação social e o governo puser em cima da mesa dossiês que são ganhos claros para a CGTP. A começar pela renegociação dos contratos coletivos e da caducidade dos mesmos que, agora, sem novos acordos, remete para a lei geral e, no futuro, vai fragilizar o poder negocial dos empresários. Uma negociação do Orçamento não se faz apenas sobre o deve e haver das contas do Estado, também se joga nestas negociações paralelas.

Num país a precisar urgentemente de concertação, confirma-se que direita e esquerda são demasiadas vezes sinónimo de defesas corporativas. Raramente é o cidadão comum o objeto de interesse do exercício do poder. Importa mais à direita defender as corporações empresariais e à esquerda as corporações sindicais. A resposta do lado contrário, percebe-se, é idêntica. Anda Portugal, para os patrões, no melhor dos mundos quando a direita está no poder e no melhor dos mundos se encontra, para os sindicatos, quando o poder é da esquerda.

A educação dos nossos filhos é coisa séria de mais para estar sujeita a estes caprichos. Já não era suposto haver problemas um mês depois da abertura do ano escolar, mas há. E há, por parte dos sindicatos, um silêncio que os devia envergonhar. Não quero esquecer este tema, porque tenho vergonha alheia. Ainda me lembro de que o verdadeiro emplastro televisivo era Mário Nogueira, que aparecia a protestar onde quer que fosse o primeiro-ministro. Alguém sabe onde ele para?
 
HAJA VERGONHA!
SERÁ QUE SABEM O QUE ISSO É?