Paulo Baldaia
O
ano escolar começou na perfeição? Não. Ainda assim, os problemas foram em
número reduzido e rapidamente resolvidos? Não. Então o que se passa para os
sindicatos estarem tão caladinhos? A paz social que hoje vivemos, muito melhor
do que no tempo dos outros senhores, é "comprada" e não adere à
realidade. Os sindicatos da CGTP, do mais profissional que existe neste país,
não dão ponto sem nó. Inteligentes, recuam enquanto recuperam influência para
poderem contra-atacar quando tiverem a faca e o queijo na mão.
Tudo
contestou a Fenprof de Mário Nogueira, quando não faziam parte da solução. Tudo
parecem aceitar, agora que interesses maiores se levantam.
Vamos
ver já nesta semana, quando houver uma reunião da concertação social e o
governo puser em cima da mesa dossiês que são ganhos claros para a CGTP. A
começar pela renegociação dos contratos coletivos e da caducidade dos mesmos
que, agora, sem novos acordos, remete para a lei geral e, no futuro, vai
fragilizar o poder negocial dos empresários. Uma negociação do Orçamento não se
faz apenas sobre o deve e haver das contas do Estado, também se joga nestas
negociações paralelas.
Num
país a precisar urgentemente de concertação, confirma-se que direita e esquerda
são demasiadas vezes sinónimo de defesas corporativas. Raramente é o cidadão
comum o objeto de interesse do exercício do poder. Importa mais à direita
defender as corporações empresariais e à esquerda as corporações sindicais. A
resposta do lado contrário, percebe-se, é idêntica. Anda Portugal, para os
patrões, no melhor dos mundos quando a direita está no poder e no melhor dos
mundos se encontra, para os sindicatos, quando o poder é da esquerda.
A
educação dos nossos filhos é coisa séria de mais para estar sujeita a estes
caprichos. Já não era suposto haver problemas um mês depois da abertura do ano
escolar, mas há. E há, por parte dos sindicatos, um silêncio que os devia
envergonhar. Não quero esquecer este tema, porque tenho vergonha alheia. Ainda
me lembro de que o verdadeiro emplastro televisivo era Mário Nogueira, que
aparecia a protestar onde quer que fosse o primeiro-ministro. Alguém sabe onde
ele para?
HAJA VERGONHA!
SERÁ QUE SABEM O QUE ISSO É?