O
que está a «dar», para as televisões do «pimba», é fazer reportagens sobre
Angola.
Começou
a televisão que já foi do patriarcado, não sei se ainda é da «santa madre
igreja católica, apostólica e romana», ou se já é da seita dos «jeovás» ou da
Assembleia do templo do Judas Tadeu.
Pouco
importa para o caso.
O que se sabe é que despacharam um repórter para Angola do tirano Eduardo dos Santos.
Para quê?
Mostrar só
maravilhas!
Esqueceu-se
foi de ir aos musseques, às aldeias rurais onde a miséria campeia e onde falta
tudo o que a gente da «boa pança» chama de factores de desenvolvimento humano.
Para aquela pobre gente chama-se, POBREZA DE TODA A ESPÉCIE.
A
reportagem tinha um objectivo claro: VENDER ANGOLA A EMPRESÁRIOS E EM ESPECIAL
INCENTIVAR OS DESEMPREGADOS A IREM NA ILUSÃO.
O
repórter fez o trabalho pago, e bem pago, de vender uma terra onde o paraíso é
o limite.
TUDO,
MAS TUDO MAIS FALSO!
Coelho
e Portas entraram no negócio dado que, desta forma, impingem a uns portugueses
com a corda na garganta, o sonho angolano.
Mas
se a televisão «pimba» do padre Marcelo cumpriu a sua missão, eis que agora
avança a televisão do Pinto!
Lá
anda um repórter a fazer a publicidade para que o chamariz se concretize.
Numa
das recentes «reportagens» o destacado vendedor de sonhos abeirou-se de um
pescador e pergunta: «o que é que faz falta por aqui?»
Atente-se
na forma ardilosa de colocar a questão.
Resposta
do pescador: «(…)faltam barcos de pesca».
Ouviram
senhores armadores, a quem o Cavaco pagou para destruírem os barcos em
Portugal, arrumem os trapos e deixem o «conforto do lar» e partam para Angola.
Angola espera-vos! Tragam é euros para investir.
Mais
à frente, na zona de Benguela, mais uma «entrada a marrar», do repórter: « Benguela
tem muitas crianças e jovens faltam é escolas e casas».
Ora
vamos lá senhores dos colégios privados a debandarem para Angola e
abrirem escolas…
Aos
construtores civis as oportunidades são enormes.
Venham construir casas… que depois
alguém as pagará!
Esta
imprensa de sarjeta faz das reportagens NEGÓCIO.
Hoje,
informar não é mais possibilitar ao receptor a obtenção da informação (conhecimento).
NADA DISSO!
Hoje
informação é NEGÓCIO!
Por
um lado, faz-se publicidade enganosa ao vender quimeras irrealizáveis!
Por
outro, ao falar-se das «maravilhas» de um país em expansão, não se fala dos
problemas intestinos do país, onde a «merda» é mais que muita, e onde o
autoclismo dos meios da comunicação se encarrega de a mandar pelo cano de esgoto!
Depois,
cria-se na mente de alguns portugueses a ideia que o sonho angolano está logo
ali, ao virar da esquina, com sol radioso, praias de águas cristalinas,
paisagens a perder de vista e, onde só é preciso abanar a árvore, que os kwanzas
caem.
Os milhões que a filha do Eduardo dos Santos investiu em Portugal têm de ser recompensados de alguma forma, claro!
Como
é possível a comunicação social ter-se transformado naquilo que hoje é?
A
era pós capitalista deu nisto, a ditadura da informação ditada pelos negócios
do petróleo, diamantes e sangue das populações.
Miserável
mundo.