segunda-feira, agosto 30, 2010

Ao que isto chegou....despedir por sms!!!

Que se utilizem as novas tecnologias para mais fácil se chegar ao conhecimento.
Que as novas tecnologias aproximem, cada vez mais, melhor e a menores custos, as pessoas.
O que já não se entende é que se façam consultas médicas, ditas de «consolidação» pela net.
E, pior é que se despeçam trabalhadores por um simples sms.
Isto é o cúmulo da hipocrisia e da libertinagem.
Não há coragem para falar com as pessoas?
Os trabalhadores não são máquinas, muito menos números.
São seres humanos que vendem mal e porcamente a sua riqueza: o trabalho.
Os trabalhadores são seres com sentimentos.
Por sms???
Haja vergonha.
Só neste país onde os empresários são uns parasitas que, sempre viveram à custa do que lhes davam a ganhar nas benesses do Estado.
Onde é que isto já chegou??
Alterem todas as leis que quiserem para escravizar, explorarem quem trabalha.
Mas, lembrem-se se, um dia, se a força de trabalho parar, o capitalismo rebenta.
Quem vai possibilitar o aumento da riqueza, sem o qual o endeusado capitalismo triunfa?
Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilónia várias vezes destruída.
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu?
Sobre quem triunfaram os Césares?
A decantada Bizâncio tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida os que se afogavam gritaram pelos seus escravos, na noite em que o mar a fez desaparecer.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando a sua Armada naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias.
Tantas questões.
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ - Bertold Brecht