domingo, outubro 21, 2007

Pulhice


No Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, existem em Portugal mais de dois milhões de pobres e o país apresenta o mais elevado nível de desigualdades sociais entre os países da União Europeia.

Em Portugal, uma em cada cinco pessoas vive em situação de pobreza.

Segundo os dados conhecidos, estes 19% da população vivem com rendimentos mensais inferiores a 360€, havendo mais de 700 mil pessoas (7% da população) com rendimento inferior a 240€.
Este ano, a taxa de desemprego apresentou em Portugal o seu valor mais alto dos últimos 30 anos.
Estudos recentes divulgados pelo Eurostat e pelo PNUD (Nações Unidas) referem que Portugal é dos países europeus onde a desigualdade social é maior.
A diferença de rendimentos entre a classe mais alta e a mais pobre tem vindo a aumentar e em 2003 os rendimentos dos 20% mais ricos de Portugal eram 7,4 vezes superiores aos dos 20% mais pobres.
Portugal é o país da União Europeia onde a desigualdade entre ricos e pobres é maior, no entanto, o combate à pobreza merece umas parcas linhas no Orçamento de Estado. Não é uma prioridade nacional, não é uma questão central do Orçamento.
Um problema que é uma violação dos Direitos Humanos. Um problema que é uma questão política.
Um terço da população activa seria pobre se dependesse apenas dos rendimentos do trabalho. Ou seja, temos um número alarmante de trabalhadores pobres, que confirma que os baixos salários são também factor de pobreza.
O Governo recusa encarar de frente o aumento da pobreza, que hoje não se limita a "bolsas" determinadas. Os idosos são dos mais atingidos, mas não são os únicos. Cerca de 32% da população activa está em risco de pobreza e estar em risco de pobreza significa que se recebe 360 euros/mês ou menos.
As mulheres continuam a ser as mais pobres, e juntamente com elas os seus filhos e filhas.
Sócrates bem se pode vangloriar com o défice de 3%, mas a vergonha dos dois milhões de pobres pertence por inteiro, a este governo e a todos quantos nos foram (des)governando.
Sócrates, na campanha eleitoral de 2005, dizia que 7,1% de desemprego são a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida".
Em Outubro de 2007, com Sócrates como primeiro-ministro, Portugal tem 8,3% de desempregados.
As famílias atingidas pelo desemprego e endividamento são os novos rostos dos dois milhões de pobres que existem em Portugal.
A chamada classe média, esganada pelos créditos ou apanhada nas malhas do desemprego crescente, constitui uma nova forma de pobreza, que desafia os estereótipos associados a esse fenómeno.
O desmantelamento da classe média a que temos assistido em Portugal pode bem traduzir-se pela concentração de 80% da riqueza nos 20% mais ricos.
Este desmantelamento aumenta o risco de se cair nas malhas da pobreza, pobreza essa que assume hoje em dia novas formas e tem novos rostos.

Hoje em dia,trabalhar não é suficiente para não se ser pobre.
Ainda falam em flexisegurança para um País nestas condições?
Tenham vergonha.
A isto chama-se PULHICE!!!!