UM RAPAZ QUE SE CHAMAVA MAU
Era
uma vez um rapaz chamado Mau.
Toda
a gente, pequenos e mais velhos, achava o Mau o pior dos rapazes daquele bairro
e daquela escola. Metia-se com todos, arranjava problemas e até com alguns dos
alunos mais velhos, o Mau conseguia que o temessem.
Não
demonstrava ter medo de nada e procurava assustar quem lhe passava perto.
Para
alguns colegas, o Mau era o mais popular e admirado, para muitos outros, o Mau
era temido e desgostado. Já fora castigado muitas vezes e quase diariamente
passava por reprimendas, mas o Mau não parecia incomodado com isso, adoptava
sempre o seu estilo de quem não tem medo de nada e se julga superior a todos.
Um
dia, o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros,
cruzou-se com o Mau no recreio e entre duas brigas, interpelou-o, “Tu é que és
o Mau?”, o rapaz olhou para ele com aquele habitual ar de desafio, “Sou Velho,
não se nota que sou o Mau? Que queres, vens dar-me mais uma seca?”. O Velho
riu-se e disse-lhe, ”Não, tu querias que eu te desse uma seca, mas eu já não
tenho secas para dar, só te queria mostrar isto que tenho aqui no bolso”.
Curioso e baralhado, o Mau aproximou-se e o Professor Velho pôs-lhe à frente um
espelho. De repente, quando se viu reflectido o Mau recuou apavorado.
É,
o Mau assustou-se, vivia cheio de medo dele próprio, e espantava o medo para
cima dos que estavam à volta. Com a esperança de se livrar dele.
Alguns
Maus são assim. Outros não.