Carro da PSP transporta jovem que
acaba de chegar ao Porto de Expresso.
Eram
17:35 do dia 13 de Maio de 2016.
O
local era a R. Alexandre Herculano no Porto, junto à Praça da Batalha.
Tinham
acabado de chegar dois transportes de passageiros da Rede Expressos.
Na
faixa “BUS” encontravam-se vários carros, quem sabe à espera dos passageiros
que chegavam dos cerca de 300 destinos que a Rede Expressos
proporciona diariamente.
Um
dos carros estacionado chamou à atenção do Tugaleaks.
Era
um carro de patrulha da PSP, com a matrícula 14-CN-75.
Especulando
que podia haver ali material jornalístico, esperámos: Estariam a dar início a
uma operação? Iriam iniciar alguma fiscalização nas
imediações? Nada disso.
Da
garagem sai uma jovem, com os seus 20 anos aproximados. Dirige-se ao carro da
PSP. O agente, fardado, sai do carro, abre a bagageira e enquanto a cidadã
coloca a mala na parte de trás, dá um beijo ao agente. Parecia
estarmos, perante, uma relação de pai e filha. No entanto, não perguntámos.
O
carro seguiu viagem.
A
PSP, quando confrontada com esta situação e com fotografias da ocorrência,
questionada também sobre o uso do carro, começou por dizer que “que os veículos
da PSP não estão equipados com GPS”. Apenas com alguma insistência
responderam à posteriori que “o Gabinete de Imprensa e Relações
Públicas da Direcção Nacional da PSP informa que, na sequência do denunciado,
foi ordenada a abertura de processo de averiguações, para apuramento da
situação”.
Não
é caso único!
Fontes
policias confirmaram ao Tugaleaks que este não é um caso único.
Já
na GNR a situação é idêntica, tendo em 2014 o Tugaleaks noticiado que teria
sido desviado um carro de patrulha da GNR para ir buscar um Tenente Coronel e a
sua esposa a um determinado local porque estava a chover. Em ambos os casos é o
dinheiro do cidadão que é gasto em autênticos serviços de táxi, que se espera
não estarem autorizados.
No
orçamento de estado deste ano existiu uma redução do orçamento da PSP que
afecta, entre outros, a gasolina. “As rondas também se fazem a pé”, disse
a Ministra da Administração Interna. Ironia, ou não, a menos de 10 metros
do local onde o carro da PSP “apanhou” a cidadã, existia uma paragem de
autocarro.