Diz-se
que o Estado Islâmico reivindicou a autoria do massacre em Nice, devendo então
a tragédia ser considerada um atentado terrorista. Por outro lado, surgem
notícias segundo as quais Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o homem do volante
assassino, sofria de problemas psicológicos, estando há anos a ser acompanhado
por psicólogos. A depressão nervosa tê-lo-á levado ao divórcio. Ao que parece,
antes do atentado enviou à família uma inusitada quantia de 100 mil euros.
«Parece ter sido radicalizado muito rapidamente», diz o ministro do interior
Bernard Cazeneuve. Lembrei-me de Andreas Lubitz, o alemão que só queria voar e
que por causa de uma cabeça doente levou consigo 150 criaturas. Que importa
saber se foi ou não um atentado terrorista? Enfim, tem algum interesse. Mais
que não seja para percebermos que no mundo em que vivemos o terror alimenta-se
de muitas fraquezas. Talvez quando aceitarmos isso, buscando e exigindo
sociedades mais equilibradas, seja menos difícil combatê-lo.