terça-feira, agosto 19, 2014

O bocejar noticioso

A canícula vai fraca.
E, a crise aperta!
Nunca se viram tantos portugueses a gozarem as suas férias… por casa!
E, resta à grande maioria dos portugueses a televisão.
Só que a televisão que nos vão IMPONDO é tudo menos informativa e, muito menos formativa.
Ontem, dia da graça de 18 de Agosto de 2014, os noticiários das televisões da «pimbalhada», exemplo do que este país se transformou: IGNORANTE E RESIGNADO «abriram» com um rol sem fim de crimes.
Quem teve o «azar» de «comer» a informação dos jornais das 20 horas, hora dita «nobre» das audiências, teve que assistir àquilo que uma televisão, seja ela privada ou pública, não deve nunca ser: demagógica e populista.
Os noticiários abriram TODOS, sem excepção, com presumíveis assassinatos, maus tratos a crianças e jovens. 
Um verdadeiro exemplo do «ceguinho», do século passado, de óculos escuros, a tocar o acordeão, com uma criança, suja e andrajosa pela mão, percorria as carruagens de um qualquer comboio a pedir a esmolinha para a Rosa. A Rosa, na cantilena do ceguinho, era descrita como uma moça que saiu da sua aldeia e foi servir para o Porto. Só que serviu pouco. Serviram-se mais dela por todos os motivos e o que mais comovia os passageiros era aquela parte em que se falava da violência com que a Rosa tinha sido violada.
Era uma verdadeira história de faca e alguidar que emocionava tudo e todos, aqui e ali com algumas lágrimas nos olhos dos mais enternecidos. E, lá ia a moedinha parar à mão suja da pobre criança que acompanhava o «ceguinho».
Ontem, percebi como o «ceguinho» dos tempos modernos é esta corja comandada por abutres da informação que querem comandar o nosso ser, estar e saber.
Falou-se por exemplo, do caso da menina que foi queimada. Logo foram à rua onde a tragédia aconteceu, entrevistar vizinhos, merceeiros, taberneiros e outros que tais para que a notícia fosse mais incisiva e tendenciosa. E, a páginas tantas, aparece um desses  «informadores», dos que que escrevem livros da treta e da teta, que vendem aos milhares para portugueses incultos, a dizer que existe uma relação entre estes fenómenos e as férias. 
Que brilhante conclusão! 
És um acéfalo e porco. 
Seria o mesmo que concluir que sendo o verão a época em que se vendem mais gelados e existem mais incêndios, que existe uma relação entre o consumo de gelados e os incêndios. 
ÉS UMA BESTA!!
ÉS IGUAL AO COCHINO!
Mas, logo a seguir, para completar o ramalhete, lá apareceu a pedopsiquiatra, aquela com cara de freira da confraria da senhora do coito, a dizer que não são as férias que motivam tais comportamentos mas sim a ausência delas, ou seja o facto das condições financeiras dos portugueses estarem cada vez mais degradadas e não terem dinheiro nem para o bilhete do autocarro para a praia dos tesos.
Pelo menos alguma coisa disse, não foi muito, mas emendou o CRETINO.
Onde é que esta piolhagem tirou os cursos?

Pois… no folclore das universidades privadas, bem de ver!