segunda-feira, julho 01, 2024

Testemunho

"Mais um dos mais importantes cantautores portugueses partiu. Apesar de há uns anos a esta parte se intitular Fausto Bordalo Dias, sempre o conheci e tratei por Fausto.
Foi o primeiro com quem trabalhei de perto em disco, “Pró que der e vier” em 1974. Era fácil…. Passáramos a adolescência a ouvir James Taylor, Paul Simon, Crosby Sills Nash & Young… e o Fausto era o cantautor que melhor dominava a viola. Trabalhávamos na sua casa - música a música - o tempo que fosse necessário (por aí passava, de vez em quando, o Adriano Correia de Oliveira. Toquei com ele no disco seguinte e nalguns concertos em Portugal e Espanha.
Afastámo-nos quando começo a trabalhar com José Afonso. Depois de ter gravado “Cavaquinho” em 1981, o Fausto, no ano seguinte, e depois da ligação que tivemos ao grupo de teatro a Barraca, achava o cavaquinho essencial naquele que considero um disco emblemático na história da música portuguesa - “Por este rio acima”.
Bom contador de histórias para aqueles com quem privava. Para todos nós ficam as histórias dentro das suas canções."
Julio Pereira.