sábado, dezembro 30, 2023

Camões o eterno esquecido pela elite corrupta

 Já tinha ouvido dizer que havia uma comissão, nomeada há três anos, para comemorar em 2024 os 500 anos do nascimento do nosso poeta épico Luís Vaz de Camões.
Só que a comissão nunca funcionou e pior de tudo o Orçamento de Estado para 2024 não tem um único cêntimo destinado à comemoração. Parabéns à malfadada corja, desde um Costa até ao Adão, ainda por cima Silva, passando por um Medina.
O que faz um Ministro da Cultura e a sua trupe de idiotas?
Não chegou a Camões lutar contra uma Inquisição que 500 anos depois luta contra o desconhecimento. Querem fazer-nos esquecer o nosso maior poeta! NUNCA!
Se não leram o poema épico, aproveitem!
Não precisam de analisar, como os da minha idade o fizeram, as orações e outras matérias que propositadamente desviavam a atenção do principal da obra - "Camões ele-mesmo, não só como o autor, não só como o narrador, não só como o crítico severo e implacável de toda a corrupção e de toda a maldade, como o denunciador angustiado de uma decadência moral e cívica que ele via e sentia à sua volta, e o qual interrompe constantemente a narrativa para invectivar com o maior desassombro" nas palavras de Jorge de Sena!
Percebam, se nunca estudaram, ou não vos ensinaram a estrutura dos dez cantos do poema: Proposição, Invocação, Dedicatória, Narração e Epílogo. Leiam!
E não se esqueçam, se para tal houver engenho e arte, leiam com muita atenção a lírica de Camões, absolutamente genial!
Já sei que os "canários" irão dizer que haverá um 10 de Junho que também é Dia de Camões! Imbecis.
O 10 de Junho que já foi o dia das "medalhinhas hipócritas" na Praça do Império hoje em dia não é mais do que folclore para enganar acéfalos.
O que vos causa urticária é que Camões é, nas palavras sábias de Jorge de Sena, "um subversivo e revolucionário em tudo, um homem do nosso tempo e, ao mesmo tempo, sofrer em si as angústias e as dúvidas do homem moderno que não obedece a nada nem a ninguém senão à sua própria consciência e foi a aflição inquieta do catolicismo estreito e tradicional".
E acrescenta ainda Jorge de Sena "o poeta não servia para mais nada senão para exercícios de gramática estúpida que bastava para gerações lhe terem ganho alguma raiva e perdido o gosto de o ler." Triste sina a de um Homem fora do tempo e do lugar!
"Ninguém como Camões nos representa a todos (os portugueses)".
Todos! Camões foi "o homem universal por excelência, o português estrangeirado e esquecido na distância, o emigrante e o exilado".
É isso que vos leva a ignorá-lo, seres repugnantes!