Dizer a uns certos cretinos que aborto e Interrupção Voluntária da Gravidez são duas coisas bem diferentes.
Aborto é quando certos fidalgos, agora armados em bons samaritanos, anjinhos e longânimes obrigam as rameiras a utilizarem parteiras de vão de escada a praticarem um desmancho.
Interrupção Voluntária da Gravidez tem a ver com má formação do feto, violações e outros actos nada consentâneos com a vida em sociedade.
A lei distingue bem a Interrupção Voluntária da Gravidez de aborto.
Basta estudar.
Quando se fala, só por falar, dá em não ter qualidade na argumentação.
Lembrar a Natália Correia:
Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -uma vez.
E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
(Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )