O vagabundo do mar 
Sou
barco de vela e remo 
sou
vagabundo do mar. 
Não
tenho escala marcada 
nem
hora para chegar: 
é
tudo conforme o vento, 
tudo
conforme a maré... 
Muitas
vezes acontece 
largar
o rumo tomado 
da
praia para onde ia... 
Foi
o vento que virou? 
foi
o mar que enraiveceu 
e
não há porto de abrigo? 
ou
foi a minha vontade 
de
vagabundo do mar? 
Sei
lá. 
Fosse
o que fosse 
não
tenho rota marcada 
ando
ao sabor da maré. 
É
por isso, meus amigos, 
que
a tempestade da Vida 
me
apanhou no alto mar. 
E
agora 
queira
ou não queira, 
cara
alegre e braço forte: 
estou
no meu posto a lutar! 
Se
for ao fundo acabou-se. 
Estas
coisas acontecem 
aos
vagabundos do mar.
Manuel
da Fonseca
 

 
