Depois de tantos, e tantos malefícios,
que o governo de Passos e Portas provocaram à generalidade dos portugueses só
faltava mesmo termos tido conhecimento esta semana, do escândalo que foram os
aumentos nos salários dos gestores das entidades reguladoras.
Aumentos na ordem
dos 150%.
Escandaloso.
Isto para não falarmos das quase nomeações vitalícias
que alguns directores foram agraciados. Sim por que as gratificações entre
pares, não são só promulgadas por imposição de coleiras ou de mordomias, também
as há na forma pecuniária.
Mas deixemos essas e outras considerações para
outras núpcias. Voltemos aos inverosímeis aumentos.
Chegados aqui, poder-se-á questionar
da legalidade dos aumentos. Ora não se espantem os menos incautos mas, enquanto
a maioria dos portugueses apertava cada vez mais o cinto, o horário de trabalho
era aumentado sem qualquer compensação remuneratória, com os direitos adquiridos
rasgados, com os apoios sociais cortados eis senão quando a mesma legitimidade
que possibilitou à banca recuperar da crise à custa dos contribuintes e com a
bênção do governo do PSD e CDS eis que, pela calada da noite de breu, se
aumentavam os ordenados dos gestores das ditas entidades reguladores.
Perguntar-se-á como pode legalmente um governo hipócrita deitar a mão à
parasitagem e matar a população trabalhadora.
Sim por que quanto à legitimidade
estamos conversados.
A legalidade do acto resulta da deliberação de uma
comissão nomeada ao abrigo da lei quadro das entidades reguladoras. Ou seja, a
comandita socorre-se do poder legislativo para inusitadamente protelar,
proteger e apoiar os pares.
Por uma simples alteração de denominações dos
antigos institutos para entidades reguladoras, os ordenados dos administradores
foram alterados em Outubro de 2015, sendo que o vencimento anterior, no caso da
Entidade Reguladora dos Serviços de água e resíduos, que era de 6419 euros, já
incluindo despesas de representação, passaram para 10 716 euros, mais 4512
euros em despesas de representação, o que perfaz a módica quantia de
15 228 euros. ESCABROSO! E, mais um exemplo, o presidente da Autoridade
Nacional para a Aviação civil viu o seu ordenado mensal alterado de 6030 euros
para 16 075 euros. Perguntará, nesta altura, o leitor quem é a tal
comissão que possibilitou os aumentos de vencimentos na ordem dos 150%? Pois
bem, nada que saber! A comissão dos vencimentos é composta por um membro do
Governo, responsável pela área das Finanças, da alçada, na altura, de uma tal
Maria Luís Albuquerque de tão triste e má memória para os portugueses. O outro
elemento da comissão é o representante da área económica sobre a qual incide a
actuação da entidade reguladora, uma espécie de raposa guindada à categoria de
guardadora do galinheiro. E, por fim, mas não menos caricato um elemento
indicado pela entidade reguladora. Ou seja, e como diz o povo na sua sabedoria
ancestral, juntou-se a fome com a vontade de comer. E, lá seguiu o triunvirato
na sua senda de pôr e dispor como muito bem entendia e queria. Tudo, mas tudo
bem divido e repartido. Que nisto de divisões importa o quociente e não o
resto. Mas para que a vergonha fosse ainda maior, uns ditos partidos de
esquerda, fizeram o alarido quanto baste mas tomadas de posição a nível
parlamentar e bastou-lhes. NADA RESULTOU! Ou seja, fazem lembrar aquele sujeito
que pedem para o agarrar para não ir às fuças do opositor. Uma hipocrisia
servida fria, como convém.