BALADA
DO FILHO DA PUTA - 1
I
o
pequeno filho-da-puta
é
sempre
um
pequeno filho-da-puta;
mas
não há filho-da-puta,
por
pequeno que seja,
que
não tenha
a
sua própria
grandeza,
diz
o pequeno filho-da-puta.
no
entanto, há
filhos-da-puta
que
nascem grandes
e
filhos-da-puta
que
nascem pequenos,
diz
o pequeno filho-da-puta.
de
resto,
os
filhos-da-puta
não
se medem aos palmos,
diz
ainda
o
pequeno filho-da-puta.
o
pequeno
filho-da-puta
tem
uma pequena
visão
das coisas
e
mostra em
tudo
quanto faz
e
diz
que
é mesmo
o
pequeno filho-da-puta.
no
entanto,
o
pequeno filho-da-puta
tem
orgulho em
ser
o
pequeno filho-da-puta.
todos
os
grandes filhos-da-puta
são
reproduções em
ponto
grande
do
pequeno filho-da-puta,
diz
o pequeno filho-da-puta.
dentro
do
pequeno
filho-da-puta
estão
em ideia
todos
os grandes filhos-da-puta,
diz
o pequeno filho-da-puta.
tudo
o que é mau
para
o pequeno
é
mau
para
o grande filho-da-puta,
diz
o pequeno filho-da-puta.
o
pequeno filho-da-puta
foi
concebido
pelo
pequeno senhor
à
sua imagem e
semelhança,
diz
o pequeno filho-da-puta.
é
o pequeno
filho-da-puta
que
dá ao grande
tudo
aquilo de que ele
precisa
para
ser o grande filho-da-puta,
diz
o pequeno filho-da-puta.
de
resto,
o
pequeno filho-da-puta vê
com
bons olhos
o
engrandecimento
do
grande filho-da-puta:
o
pequeno filho-da-puta
o
pequeno senhor
Sujeito
Serviçal
Simples
Sobejo
ou
seja, o pequeno filho-da-puta.
Alberto Pimenta